Acho que estou resfriada (Único)

959 35 44
                                    

Como seria um início da aceitação de Mercan com os pais, principalmente com Ceylin, a quem ela tem maior resistência?

———————————————————————

Ceylin acordou indisposta aquela manhã, não conseguiu dormir direito à noite. Seu corpo doía, estava cansada. Ligou para Ela e pediu que suspendesse tudo que tinha em sua agenda, não iria trabalhar hoje, ficaria em casa para se recuperar. Como era sexta, teria todo final de semana para se restabelecer do resfriado que pegou.

Mesmo sem forças, levantou para cuidar de Mercan, precisava dar o café da manhã da filha. A menina estava no tapete da sala, brincando com algumas bonecas, sob o olhar atento de Pascal.

— Olá, querida! — Beijou o topo da cabeça da filha. — Bom dia! — A voz de Ceylin estava fanha e ela se arrastava.

— Oi! — Mercan respondeu, pouco entusiasmada — Quando Ilgaz vem?

— Mais tarde, após o serviço. — Ceylin pegava uma frigideira no armário.

— Eu vou para a casa dele? — Questionou animada.

— Sim, ele vem pegar você e Pascal para passarem juntos o final de semana.

— Obaaaaaa!

Seria a primeira vez que Mercan retornaria à casa de Ilgaz. Inicialmente Ceylin também iria, mas do jeito que estava mal, seria melhor ficar em casa para não acabar com o final de semana da filha e de Ilgaz.

— Olha Mercan, ontem vindo do trabalho encontrei morangos. — Ceylin pegou a bandeja de frutas da geladeira e mostrou para a filha.

— Não gosto de morangos — Mercan continuou brincando sem dar muita importância.

— Era sua fruta preferida — Ceylin falou com pesar — Uma vez você estava na cadeirinha e quando me virei, enfiou três morangos na boca, de uma só vez — Sorriu ao lembrar — Mercan, sua boquinha ficou toda vermelhinha e você morria de rir. A risada mais gostosa do mundo.

— Odeio morangos, a mamãe sempre soube disso! — Levantou — E meu nome não é Mercan, é Doğa!

Ceylin sentiu como se tivessem lhe dado um soco no estômago. Cada vez que Mercan a rejeitava era como se sua existência deixasse de fazer sentido. Ela sentia raiva por terem tirado dela o amor da filha, mas ela lutaria até o fim para ter sua garotinha de volta.

Com Ilgaz, Mercan era mais maleável. Ele vinha todos os dias depois do trabalho e ficava com ela até dormir, contava uma história e dava um beijo de boa noite. Na manhã seguinte ele passava pela casa de Ceylin e os três iam juntos até a escola. Tinha sido assim no último mês. Ceylin havia pedido uma licença especial e estava trabalhando somente meio período, para passar o turno da tarde com Mercan e ajudar na readaptação.

Tudo estava sendo feito de forma muito lenta, para afetar o mínimo possível a vida da criança. Todos os 3 vinham frequentando o terapeuta semanalmente, as sessões eram separadas, mas ao final delas se reuniam em uma espécie de terapia familiar. Ceylin andava muito ansiosa, não vinha notando grande evolução em sua relação com Mercan, diferente da relação de Mercan com Ilgaz.

O terapeuta sugeriu que os três passassem um tempo juntos na mesma casa, mas Ceylin estava relutante. Não queria misturar a relação conjugal com a relação deles e Mercan. Ilgaz forçou esse estreitamento, queria os três juntos como família outra vez, o quanto antes, mas a discordância deles, principalmente em relação ao vínculo de Mercan com a sequestradora, os colocava sempre em pontas opostas.

...

Já passava das 18h e Ceylin quase não deu conta das suas tarefas, a única coisa que fez foi preparar almoço e o lanche para Mercan. Estava com muito freio, pegou uma manta e deitou no sofá, acompanhada por Pascal.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 25, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Yargı Final AlternativoOnde histórias criam vida. Descubra agora