Depois da Escuridão (Único)

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Como seria a primeira noite da Mercan com os pais após ela ser encontrada?

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Ceylin desceu do carro de Ilgaz em frente sua casa, Mercan dormia no banco de trás, com Pascal ao seu lado. Como ela sonhou por anos com o dia que teria a filha novamente em seus braços. Se preparava para pegar a menina quando Ilgaz se adiantou para abrir a porta do automóvel.

— Você pode levar Mercan e eu subo com Pascal e as bolsas. — Ilgaz falou baixinho.

O promotor olhou Ceylin com a filha nos braços e sentiu o coração se encher de alegria. Os dias de angústia finalmente acabaram, sua garotinha estava no lugar de onde nunca deveria ter saído.

— Vamos Pascal! — Chamou o cachorro, que o seguiu até em casa.

...

Ceylin colocou Mercan delicadamente na cama e ficou a admirando, enquanto tirava uns fios de cabelo de seu rosto. Pressionou o nariz na têmpora da menina e inalou profundamente o perfume mais precioso do universo, depois deixou um leve beijo no local.

— Minha filha — Uma lágrima rolou em sua bochecha. Ela não queria sair do lado de Mercan.

Ilgaz as observava e se aproximou.

— Vem Ceylin, você precisa se alimentar. — Ilgaz se agachou ao lado de Ceylin e estendeu a mão para ela.

— Não quero sair daqui — Estalou a língua em resposta.

— Por favor??

— Não quero que ela esteja sozinha quando acordar — Ceylin estava relutante.

— Pascal está aqui — Ilgaz sorriu ao ver o enorme labrador deitado ao lado da filha — Vamos. — Estendeu a mão para Ceylin, que aceitou e o seguiu até a cozinha.

...

— Pilaf, hum? — Ceylin questionou surpresa.

— Era a única coisa rápida que dava pra fazer com o que tinha nessa casa. — Ilgaz respondeu enquanto servia a refeição.

— Devo lembrar que a sua casa tem louças na pia que chegam até o teto? — Sorriu irônica.

— De onde você tirou isso? – Ilgaz quis saber intrigado, franzindo o cenho.

— Outro dia fui pegar o Pascal e Defne estava tomando banho, disse que sua porta estava aberta e que eu podia subir.

— E você não achou errado entrar na minha casa sem eu estar presente? — Riu para ela.

— Eu deveria esperar você voltar do trabalho ou a Defne terminar o banho e só depois levar Pascal embora? — Ceylin sacudiu a cabeça em negativa.

— Talvez tenhamos perdido uma boa conversa nesse dia – Ilgaz piscou para ela e os dois riram.

Ambos sentiam um alívio tão grande naquele momento que a conversa fluía facilmente. Era como se finalmente conseguissem respirar após 2,5 anos submersos em meio ao caos.

...

Ilgaz colocava a louça na máquina e Ceylin observava em silêncio.

— Tá tarde. — Falou interrompendo o silêncio.

— Eu sei, já estou de saída, não precisa me expulsar. — Sorriu para ela.

— Na verdade eu ia perguntar se você não prefere passar essa noite aqui — Ceylin subia e descia nas pontas dos pés, com as mãos nos bolsos de trás da calça, um claro sinal de desconforto — Não sei se estou pronta pra ficar sozinha com a Mercan.

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