I'm almost me again (She's almost you)

Capítulo 20

Estamos quase no fim, depois desse só tem mais dois capítulos por vir (que espero soltar logo porque agora sou desempregada então tenho tempo haha), mas fiquem tranquilos que o pior já passou, agora é só felicidade. Tava na hora já né.

Enfim, aproveitem a leitura e sintam-se livres para me chamar no twitter se quiserem conversar sobre algo escrito aqui.

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Para Chaeyoung,

Acho que esta é a última carta que vou escrever para você. O restante já está no fundo do Canal da Mancha, nunca as enviei. Por muito tempo eu me perguntei se deveria simplesmente rasgá-las e jogá-las fora, mas não consegui fazer isso. Acho que estava me agarrando à esperança de que tudo tivesse sido um pesadelo e poderia entregar tudo a você em Paris. Estaríamos sentadas no convés do meu barco, estacionado no Sena, tomando café e reparando velhas feridas.

No entanto, nunca foi nada além de uma fantasia dos meus desejos. E agora, está tudo acabado. Não vou para Paris, porque você está morta, e não há nada me esperando lá além de decepção. Agora, é hora de eu sofrer. Apropriadamente.

Isso não significa que vou me esquecer de você, como poderia? Só que não preciso mais das cartas, porque não há mais nada que eu possa lhe dizer. Mas vou me lembrar de você, sempre. Chegará um momento em que vou esquecer as coisas que me disse e as coisas que você fez, mas nunca vou esquecer o jeito que me fez sentir, e sempre vou gostar de você por isso. Mas não era realmente amor. Acho que no fundo eu sabia e no fundo você me enganou porque não queria me machucar se não precisasse. Mas tudo bem, Chaeyoung. Eu te amo por seu coração bondoso, eu te amo pela família que você me deu quando a minha verdadeira se desfez, e eu te amo por me perdoar quando eu não merecia o seu perdão.

Jennie também me perdoa pelas coisas que eu disse quando nos separamos. Não foi até eu estar longe o suficiente para perceber que sentia medo de nunca mais vê-la também. Que nos separamos como você e eu. Mas eu liguei para ela depois do acidente, e ela veio, e eu desmoronei porque a amo e senti sua falta, e tem sido tão difícil. Embora ela tenha tornado mais fácil. Não percebi que estava me apaixonando por ela enquanto estava ali, ou que estava me apaixonando pela ideia de você também. Não até que eu a deixasse para trás em troca de nada pela frente.

Ela me pediu para ficar, para observar a hera que cobria o chalé mudar de verde para vermelho no outono, e eu recusei. Recusei ela por você, e não sei por quê. Talvez eu estivesse negando o fato de que você está morta, mas essa é a dura verdade. Você está morta e ela está viva. Ela disse que sabe que nunca vou amá-la do jeito que amei você, e está certa. Mas também estava errada, porque acho que nunca me apaixonei de verdade por você. Você apenas me fez sentir menos sozinha por um tempo, e eu me enganei pensando que isso significava que eu tinha uma chance. Eu vejo agora que eu nunca realmente tive.

Você conhece a sensação quando a luz do sol quente toca seu rosto? Essa é a Jennie. Acho que tenho uma chance com ela. Ela me faz sentir segura e amada, e eu não percebi isso até ela aparecer nas docas, mas estava começando a pensar nela como um lar. Ela me faz sentir mais amada do que eu imaginava, e estou começando a amá-la também. Da maneira certa. É estranho saber como é ser amada de verdade. Sou quase eu de novo, e ela não é você, mas juntas, somos outra coisa. Não fui perfeita para você, mas sou perfeita para ela, e isso parece mais certo do que qualquer coisa que já conheci.

Antes de ir, preciso que saiba que não estou delirando e não estou louca. Eu sabia que você havia partido e que nada no mundo poderia te trazer de volta. Eu simplesmente não conseguia dizer adeus. Eu odeio como deixamos as coisas. Eu odeio que as últimas palavras que eu disse a você foram de raiva quando você estava deitado naquela cama de hospital com uma mulher que não era eu ao seu lado. Eu odeio nunca ter me despedido de você adequadamente. Mas você sempre amou Paris, então pensei em me despedir lá, do jeito que eu queria. Acho que queria prolongar o momento, para nunca ter que chegar à parte em que te deixei ir, de vez.