luffyness

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Luffy morreu. Ou ao menos ele sabe que morreu. Mas agora ele chora e não consegue mais parar.
Garganta ardendo e olhos fechados e um som estridente. Todos estão comemorando, gritando e rindo ao redor. Ele está todo embrulhado e odeia isso; mas é quente, e ele não se lembra da última vez que sentiu um cobertor tão fofo assim.

Nos dias seguintes, ele entende que é um bebê agora. E é tão chato! Tipo, ele não pode nem de mexer direito. - Ah! E ele não é mais luffy aparentemente. Agora ele é Luiy, apelido de Lunymie.

Quando luffy vê seus pais, ele quase chora. Ele achou que a voz soasse igual, não que fosse mesmo o vovô. Vovô - versão bem mais nova - é seu pai, e o seu pai é seu irmão mais velho. Espere, o que? Mamãe é bonita, tão linda de cabelos cacheados e longos, era assim a vovó, então?

Com um ano, luffy pode finalmente comer. Ele ouve tudo, tudo mesmo, porque falar é difícil. Ele ouve sobre as preocupações de vovô-PAI! Sobre a Marinha e os 'malditos' piratas. Ele ouve seu irmão mais velho falando sobre não gostar do governo mundial quando eles estão sozinhos de noite. Ele ouve as últimas palavras da sua mãe quando ela morre. E ouve os gritos de choro de seu pai antigo avô.

Luiy chora pela primeira vez desde seu segundo nascimento.

Luffy gostava daqui, eu acho. Gostava de como fazia todo mundo morrer de preocupação enquanto ele corria por toda mansão. Amava ouvir seu irmão lhe contando histórias e os grandes abraços de urso de vovô- ah, é pai. Ele sempre os tinha quando era Luffy, mas agora ele era Luiy, um menino de 2 anos que não falava.

Aos 5 anos, papai se preocupou. Levou Luiy a médicos e curandeiros, o incentivando a cantar e contar números. Não funcionou, luffy sabia falar, sabia ler e escrever. Mas ele só não queria. Lu esquece de dizer que sua morte não foi tão boa.

Nii-san, seu antigo pai, era tão super protetor. Ele lia, desenhava e cantava para luffy sempre que podia. Luiy ri muito todas as vezes que vê papai correndo atrás de Dragon-nii gritando sobre treinamento. Era tão legal ter um pai por perto (mesmo que esse pai seja vovô) Claro, luffy jamais esquece Ace ou Sabo, ele não esquece ninguém da sua vida passada - ou futura? - nem por um único momento.

Com 10 anos, Luiy falou pela primeira vez em voz alta. Foi para seu irmão, dentro do quarto dele enquanto arrumava uma mochila de roupas, uma noite antes dele partir para a Marinha junto de seu pai durante 5 dias - Irmão? - ele o chama. Tremendo por não reconhecer sua própria voz, tremendo porque falar parecia doloroso e sufocante. Dragon o olhou durante minutos, fixamente, antes de sorrir largo, correr até ele e puxa-lo para um abraço tão forte que Luiy engasga. Eu não sou mais de borracha. Eles trocam olhares e Dragon entende. Ele não sabe bem se passou a mensagem certa, mas sabe que tudo ficará bem. Volte logo.

Nos próximos 5 dias, ficar sozinho nunca foi tão ruim. Tantas memórias se acumulando para que pudesse chorar sem ser visto. Chorar e sufocar seus gritos com um travesseiro. Puxar os cabelos pretos com mãos apertadas enquanto seu peito que dói.

Ele chora por cada um de sua antiga equipe, ainda nem todos nascidos - ele contou. Que foi tão rudemente separada dele. Ele chora por lembrar de Ace morrendo nos seus braços na guerra dos maiores, chora por ter morrido.

Quando papai chega, eles passam o dia juntos e em silêncio. Luffy se pergunta quando estará pronto para falar com papai também.

Quando Luiy fez 16 anos (não luffy, mas Luiy) ele já estava acostumado a navegar com a equipe do pai, mesmo que sejam marinheiros, ainda era divertido. Ele ainda adorava a brisa do mar, seu azul tão lindo e céu com nuvens. Ainda conseguia se pendurar nas velas e mastro, nas pranchas e corrimão, ainda conseguia correr por todo navio em uma grande agilidade. Coisas como essa não vão mudar, porque o mar ainda me chama. Eles encontram barba branca em uma dessas navegadas.

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