Grape Lollipop - Mark Hoppus

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O relógio sobre o criado mudo marcava uma e vinte e dois da manhã. Eu acordo sem um motivo aparente, assim como pode acontecer com qualquer um no meio da noite.

Estico o braço para o lado da cama onde devia estar Mark e não o encontro. Abro meus olhos completamente, um pouco assustada por ele não estar mais ao meu lado como quando fui me deitar e de fato, o lado de Mark estava vazio, apenas com os lençóis desarrumados.

- Babe? - o chamo, ainda com aquela voz de sono.

Não obtive uma resposta.

Talvez possa parecer exagero toda essa busca por Mark, sendo que ele poderia estar apenas no banheiro ou na cozinha bebendo água, mas naquele horário havia uma única coisa que realmente o tiraria da cama.

Eu me levanto e calço minhas pantufas. Logo à frente, abro a porta de vidro que levava até a varanda e foi por lá mesmo que encontro Hoppus, que rapidamente tentou disfarçar o que estava fazendo quando percebe minha presença. Claro que sem sucesso.

Em passos lentos, me aproximei do maior e estendi a mão com uma notória expressão de desapontamento. Mark abaixou a cabeça, envergonhado, e pegou seu maço de dentro do bolso, entregando-o a mim.

- Eu juro que estou tentando... Mas é tão difícil - ele finalmente se pronuncia, enquanto apaga o cigarro que estava entre seus dedos.

- Eu sei que é difícil, amor. Mas tem que tentar ser mais forte, não pode se ceder tão fácil.

- Você deve estar com raiva de mim agora - Mark cruza os braços, apoiando-os no parapeito da grade, abaixando a cabeça em seguida.

Me aproximo mais do maior e envolvo meus braços em sua cintura.

- Eu nunca sinto raiva de você, amor. Só estou preocupada com seu vício e com medo de você ter algum problema de saúde sério.

- Prometo que vou largar, pequena.

- Mark, pare com suas promessas furadas. Você disse o mesmo da última vez em que te peguei fumando e olha você outra vez fazendo o mesmo.

- Desculpe - ele fala num tom de voz quase inaudível.

- Olhe para mim - o mais velho levanta sua cabeça e suas orbes azuis então me encaram, denunciando sua vontade de chorar. Meu coração se apertava em vê-lo naquele estado, mas eu precisava ser franca e, principalmente, ajudá-lo. - Não é a mim que você deve prometer essas coisas, é a você mesmo, Mark. É sua saúde em jogo, com isso não se brinca.

- Eu sei, mas eu não consigo - sua voz falha. - Quando eu tento passar um ou mais dias sem fazer isso, minhas crises de abstinências atacam e eu não sei o que fazer a não ser me saciar de uma vez.

Tive então uma ideia.

- Espere aqui um pouco. Eu já volto.

Entro no quarto e vou até minha bolsa que se encontrava sobre a cadeira da escrivaninha. Reviro-a rapidamente à procura do que poderia ajudar Mark em crises de abstinência. Quando encontro, volto correndo para a varanda, mas não sem antes dar fim no maço de cigarros que ainda estava em minha mão.

- Tome, pegue - lhe entrego um pirulito.

- E para que isso? - ele pergunta confuso, encarando o doce em suas mãos.

- Sempre que sentir vontade de fumar, coloque um pirulito na boca. Claro que não fará o mesmo efeito do cigarro, mas tente fazer isso por pelo menos uma semana para ver se aos poucos você se desfaz do cigarro.

Mark abre o pirulito e põe na boca. Parecia uma criança com doce, era tão adorável.

Ele me puxa para si e me abraça. Eu, claro, retribuo.

- E se isso não funcionar?

- Encontraremos outro jeito. Não vou descansar enquanto você não largar seu vício. Eu te quero bem, Mark.

Ele aperta mais o abraço e eu sorrio.

- Obrigado por estar comigo, amor.

Eu o encaro e acaricio seu rosto. Na sequência, me ponho nas pontas dos pés para alcançar sua bochecha e beijo-a.

- Não estou fazendo nada mais que minha obrigação. Tenho que estar ao seu lado nos momentos bons e ruins.

Ele sorri para mim. Como aquele sorriso ilumina a minha vida! Eu não conseguiria vivier sem. Talvez Mark seja o meu vício e por mais que vício não seja algo bom, o meu ao menos me faz sentir bem em todos os sentidos e nunca me trás prejuízo.

- Eu não sabia que gostava de pirulito de uva até provar este.

- Vou comprar um estoque só para você.

- Espero não ter cárie - ele brinca.

- Escove os dentes direitinho que não terá - eu rio levemente.

- Vamos entrar? O pirulito acabou.

- Vamos, amor.

Ao entrarmos no do quarto, ele joga fora o palito e o papel e nos deitamos na cama. Mark cobre nossos corpos com o edredom e me abraça como se eu fosse um ursinho de pelúcia.

- Prometo não sair mais daqui até de manhã.

- Acho bom, porque odeio dormir sem você.

Ele deposita um beijo em meus lábios e se aconchega em mim.

- Boa noite, minha pequenina.

- Boa noite, meu gatinho.

E finalmente voltamos a como deveríamos estar há minutos atrás.

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