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Minha mãe ja estava namorando há um tempo com um viúvo bem sucedido. Ele tinha três filhos que eu só conhecia por foto mas o senhor Kim garantia que eles eram muito tranquilos e que eu me daria bem com eles quando fosse morar em sua casa.

A minha mãe já os havia conhecido em outra ocasião, antes dos três viajarem e também reforçava a fala do senhor Kim, de que eles eram garotos adoráveis e muito bem educados.

Em um jantar, dos muitos que levava a minha mãe, ele a pediu em casamento e depois de alguns dias, realizou uma pequena cerimônia de noivado apenas com a presença de alguns poucos amigos dele e da minha mãe. Na ocasião, nenhum dos filhos estava presente. Segundo ele, os três ainda estavam fora do país mas chegariam antes que mamãe e eu nos mudássemos para sua casa.

Sim, os dois já iam morar juntos após o noivado, ou melhor, nós três. As coisas estavam indo bem rápido mas eu não podia julgar o casal. Eles se amavam muito e isso era evidente. O senhor Kim era uma pessoa agradável e muito educado, e tratava muito bem a minha mãe e a mim. Depois de tanto tempo sozinha, eu estava feliz que ela finalmente tivesse encontrado o seu par.

Nunca fui contra nem tive nenhum problema em fazer parte de uma nova família e estava confiante de que meus irmãos postiços tivessem o mesmo pensamento.

Dois meses depois, chegamos à casa do meu novo padrasto com mala, cuia e cachorro. Não era uma casa tão exuberante mas não era qualquer barraco. Não havia exageros como em muitas outras casas de gente rica, e isso me deixou mais confortável.

Conheci os três assim que chegamos.

-Esse é Kim Seokjin, seu irmão mais velho. E esses são, Kim Namjoon e Kim Taehyung, o mais novo.

Meu padrasto fez questão de apresentar um por um, narrando suas qualidades e feitos. Era evidente que ele se orgulhava muito dos três e embora os garotos estivessem sorrindo, eu podia perceber que eles não estavam muito satisfeitos com o pai os exibindo como se fossem troféus, dois deles pelo menos. O mais velho tinha um sorriso amigável e genuíno. Certamente não era a intenção dele, mas acabou me deixando constrangida pois me olhava e movia a cabeça devagar como se me analisasse.

-Muito prazer, eu sou a Yejin.-falei-

Naquela noite, jantamos todos juntos à mesa. Mamãe estava muito feliz e já estava familiarizada com os garotos. Eu porém, me senti acuada diante dos três. Além da beleza estonteante dos rapazes, a forma como eu me sentia o julgada cada vez que um deles me olhava, me deixou como um peixe fora d'água.

Minha mãe e meu padrasto conversavam durante a refeição, sobre coisas sem muita importância e sorriam um para o outro a todo momento. Ambos estavam felizes. Mas olhando para os três irmãos, apesar de sorrirem e responder minha mãe com toda gentileza e educação, à perguntas simples que ela fazia, eu ainda não conseguia me convencer de que eles estavam sendo sinceros.

Seokjin era o mais falante dos três e parecia ser o preferido da minha mãe. Ele era educado e sempre à respondia com um largo sorriso. Namjoon era mais sério e dava apenas respostas curtas e Taehyung não dizia quase nada.

Passei o jantar inteiro quase muda, desviando o olhar e me escondendo em meus cabelos, com uma grande dúvida na cabeça. Ou eles não estavam de acordo com o casamento é fingiam muito bem, ou só não estavam felizes por esse casamento lhes trazer uma irmã de brinde. Se fosse a segunda opção, eu já podia ter a certeza de que a convivência com os três não seria nada fácil.

Um dia após aquela experiência constrangedora de conhecer meus três irmãos postiços, minha mãe e meu padrasto saíram para ver algumas coisas do casamento e me deixaram com os três, apesar de eu insistir. A minha mãe achava que seria grosseria eu deixá-los sozinhos depois de não ter nem tentado interagir com eles no jantar, e que provavelmente os três teriam ficado ofendidos. Se ela soubesse o quanto foi difícil só estar sentada à frente deles...

Eu tinha a certeza de que nenhum deles estava ofendido pelo meu silêncio mas não quis aborrecer a minha mãe e acabar com a alegria dela logo cedo. Concordei em ficar em casa; nada de mais poderia acontecer desde que eu ficasse no meu quarto até os dois voltarem.

Eu estava errada. Assim que meus pais saíram, um alvoroço começou próximo ao meu quarto. Gritos e xingamentos misturados a risadas escandalosas tomavam o corredor.
Enquanto apertava um travesseiro contra o meu rosto, deitada em minha cama, eu me perguntava como de repente o silêncio virou algazarra e os três anjos se tornaram demônios.

A bagunça continuava e após terríveis quinze minutos, eu percebi que eles não iriam parar. Parecia que estavam colocando a casa abaixo, correndo de um lado para o outro, xingando e esbarrando nas paredes. Saí do meu quarto e imaginei que os três estivessem brigando mas tudo não passava de brincadeira de meninos.

Os três desceram as escadas correndo assim que me viram. Na certa eles só estavam tentando me irritar para que eu saísse do meu quarto. Eu sabia que esse tipo de coisa iria acontecer, tive essa certeza quando Namjoon e Taehyung me olharam frio durante o jantar após cochicharem algo um para o outro.

Corri após eles mas desci apenas o primeiro degrau. Se eles tinham algum problema comigo ou só estavam querendo me irritar, eu não daria esse gosto. Voltei para o meu quarto e depois disso não ouvi mais a bagunça dos três.

Mesmo após alguns dias morando com os Kim, eu ainda não tinha muito diálogo com eles. Na maioria das vezes ficava desconfortável quando estava sozinha com qualquer um dos três. Namjoon parecia me julgar o tempo todo, Taehyung me ignorava como se eu fosse um grão de areia e Seokjin, apesar de ser mais acessível, parecia me provocar o tempo todo.

Quando ele iniciava uma conversa, por mais breve que fosse, era difícil saber se ele estava sendo gentil ou estava dando em cima de mim. Mas como ele era o único que conversava comigo, eu tentava não me importar com isso mas não era nada fácil.

Teve uma vez que eu estava saindo do meu quarto e ele estava passando no corredor só de toalha. Os cabelos e peito ainda estava molhados, ele havia saído do banho naquele exato momento. Não tive como não olhar e muito menos como disfarçar que estava olhando. Nossos quartos ficavam no mesmo corredor então não era raro encontrar com um deles por ali, mas naquela situação foi a primeira vez.

-O meu chuveiro não está funcionando, tive que usar o do corredor.-piscou e foi para seu quarto-

Fiquei parada ali mesmo depois que ele entrou e fechou sua porta, com cara de boba e morrendo de vergonha.
Se a história do chuveiro era verdade, eu não tinha certeza mas aquilo não voltou a acontecer depois.

KIM BROTHERSOnde histórias criam vida. Descubra agora