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—Você não diz nada?- Ye-Jin perguntou-

—O que você quer que eu diga? Não fizemos nada demais, fizemos?

Era incrível como Jin conseguia ficar tão tranquilo com a situação. Já eu, ainda estava com as pernas fracas pelo que acabara de acontecer. Se não fosse por Taehyung, que chegou no momento exato, eu poderia ter deixado de ser o orgulho da mamãe ali mesmo.

—Que vergonha... se minha mãe souber disso...-falou constrangida-

—Ela não vai saber, relaxa, -Jin piscou.-

—E como você pode ter tanta certeza? Seu irmão deve ter saído daqui pensando mil e uma abobrinhas.

—Deixa ele pensar o que quiser. Não sei por que você está tão preocupada, não aconteceu nada,- falou, aproximando-se de mim. —Mas ainda dá tempo.

—Já chega dessa brincadeira, Jin, eu não quero problemas, -falei, tentando me manter o mais firme possível.-

Que atrevido! Mas não vou negar, ele sabe muito bem como deixar uma garota pegando fogo. Fiquei na cozinha sem acreditar no que tinha acontecido, ou pelo menos no que "quase aconteceu". Tomei um pouco d'água e bati as mãos geladas no rosto para resfriá-lo. No entanto, meu rosto não devia estar tão quente quanto o resto do meu corpo.

Tentei tomar meu café como se nada tivesse acontecido, mas eu não tinha o mesmo dom que Seokjin; mastigar uma torrada ou tomar um copo de suco nunca foi tão difícil.

—E aí?

Namjoon entrou e já serviu algo para beber após uma saudação informal, mas não tive coragem de fazer contato visual com ele. Mesmo assim, eu tinha certeza de que ele estava me olhando, parado de pé, encostado ao armário.

—Oi...- falei e já me levantei.

—Está tudo bem com você?- perguntou.

Não entendi o motivo da pergunta logo de cara, já que na noite anterior ele havia deixado claro que não se importava comigo.

"Por que está me perguntando isso?"

"Porque seu rosto está vermelho como um tomate. Está com febre?"

"Eu estou bem, obrigada."

Preferi sair dali para não acabar deixando transparecer ainda mais a causa da minha "febre". Passei por Namjoon e achei que estaria tudo bem; se realmente Taehyung não dissesse nada, como Jin me garantiu, ninguém ficaria sabendo. Mas o garoto já havia soltado a língua. Tive essa certeza quando Namjoon disse, assim que me virei para deixar a cozinha:

"Não leve o Jin tão a sério, Yejin."

"O quê?"

"Ele costuma brincar assim com as garotas; é o que ele faz para se divertir. É um conquistador, mas não leva nenhuma mulher a sério."

Eu não tinha nada o que dizer. Taehyung já havia contado o que viu para o irmão do meio, e ele só estava jogando comigo para ver se eu admitiria alguma coisa. Mas a sua fala me deixou pensativa sobre Jin. Ele era mesmo aquele tipo de pessoa que apenas se divertia com as mulheres, ou Namjoon estava apenas querendo difamar o irmão? Ele teria motivo para ter dito aquilo?

Saí de lá e fui para o meu quarto, peguei minha bolsa e celular e estava pronta para fugir da presença dos garotos. Eu precisava de um tempo longe deles para poder respirar e colocar minha cabeça no lugar, já que ela ainda estava lá embaixo, na cozinha, revivendo os segundos que faltavam para sentir os lábios de Jin nos meus.

Saí do quarto e dei de cara com Taehyung no corredor. Pela distância entre ele e a porta, certamente ele estava me esperando.

"Que susto, garoto!" levei a mão ao peito. "O que foi? Veio conferir se minha porta está bem fechada?"

"Não, vim falar com você."

"Eu já imagino sobre o que se trata, mas vou perguntar assim mesmo: sobre o quê?"

"Se você já sabe, então não preciso dizer," falou.

"Se você não disser, não preciso responder," retruquei.

"Você está sendo irritante, sabia?"

"Então finalmente empatamos, porque só o que você fez desde que cheguei a esta casa foi ser irritante. Vamos acabar com isso de uma vez; eu já cansei de vocês, estou de saída. Se você veio pelo que viu lá embaixo, e eu tenho quase certeza que sim, já te adianto, não aconteceu nada."

"Mas se eu não tivesse chegado..."

"Se você não tivesse chegado, daria no mesmo," falei, como se tivesse certeza disso. "Eu não tenho culpa que seu irmão é um... um..."

"Um sem-vergonha?"

"Pois é."

"Isso é verdade. São poucas as garotas que resistem às investidas de Jin, mas mesmo assim, achei que você seria diferente."

"Olha, eu sei o que você deve estar pensando, mas eu não sou esse tipo de pessoa. Não aconteceu nada lá embaixo e nem vai acontecer. Você pode dizer isso ao Namjoon também."

"Yejin, espera!"

"Você não ouviu? Estou saindo. O que mais você quer de mim?"

"Não aconteceu nada mesmo?" perguntou.

"Você viu muito bem que não. O que acha que íamos fazer no meio da cozinha?"

Não esperava uma resposta, mas mesmo assim, fiquei algum tempo parada, observando sua expressão arrependida.

"Posso te levar a algum lugar?"

"Oi?!"

"Eu ia bater na sua porta porque queria conversar com você..."

"Já conversamos."

"Não, quero conversar de verdade. Quero te dizer algo, mas não pode ser aqui."

Eu poderia me arrepender depois, mas concordei.

"Tudo bem, então. Eu já estava de saída. Tem algum lugar em mente?"

Ele não demorou a afirmar com a cabeça, já devia ter um lugar em mente. Saímos de casa e, só quando já estávamos fora, próximos ao portão, olhei para trás rapidamente e percebi que Namjoon nos observava da vidraça. Nunca poderia saber o que ele pensava enquanto olhava fixamente para fora na minha direção, mas não me surpreenderia se ele estivesse com pensamentos indecorosos sobre mim e Taehyung, especialmente sabendo do episódio na cozinha com Jin. Ele provavelmente me considerava uma mulher sem pudores.

"Namjoon acha que você gosta de Jin," falou de uma só vez, notando que Namjoon nos observava.

"O quê? Não, claro que não... mas claro, você deve ter contribuído para isso. Você contou a ele, não foi?"

"Eu não deveria ter dito nada, eu sei. É por isso que peço desculpas."

"Acho que nunca vou entender essa bipolaridade de vocês. Uma hora você me odeia, outra hora me pede desculpas e até me convida para sair."

"Eu não te odeio."

"Ah, não? Sei..."

"Não mesmo. Só me enganei no meu julgamento."

Havia um motivo para Taehyung me ignorar e me tratar como tratou, e de tudo que eu poderia ter imaginado, o que eu descobriria alguns minutos depois não passou nem perto.

KIM BROTHERSOnde histórias criam vida. Descubra agora