The Mistake - Choni

Epílogo - Part I

Toni Topaz point of view

Oito meses depois...

Então...voltei a frequentar a igreja. Toda semana. Às vezes, duas vezes por semana.

Sim, sou eu, a Toni.

Bom te ver. Sentiu saudade? Levando em conta a expressão em seu rosto de "gostaria de enfiar seu dedo num apontador de lápis automático", acho que isso é um não.
Ainda está com raiva, né? Não posso dizer que te culpo. Foram três semanas duras antes de conseguir olhar meu reflexo no espelho e não querer bater na minha bunda. Na verdade, teve uma noite em que eu estava com os meninos, comemorando um acordo ferrado que o Jug fechou e, depois de muitas doses de whisky, implorei para que Veronica ou Jughead me dessem um soco bem forte. Porque não conseguia parar de ver o olhar no rosto da Cheryl quando ela entrou por aquela porta naquela noite horrível.

Ele voltava na minha mente diversas vezes, igual àqueles filmes insuportáveis que passam constantemente na TV, mas que ninguém nunca assiste. Para minha sorte, Ronnie e Jug recusaram. Tenho mais sorte ainda, pois Tabitha não estava com seu marido, porque ela, com certeza, teria ficado muito feliz em dá-lo. É... a lista de pessoas que tive que beijar a bunda durante os últimos meses foi enorme. Poderia fazer uma linha de produção. Cheryl, Tabitha, Penélope, meu pai, minha mãe, Betty... até mesmo Lexi. Tinha um estoque de protetores labiais, não queria me machucar. Você perdeu muita coisa. Vou tentar te deixar por dentro de tudo.

O que você sabe sobre épocas de renovação? Todo grande time de beisebol tem uma. Os Yankees, no entanto, tem uma em anos alternados. A meta de um ano de renovações não é ganhar o Campeonato Mundial. É desenvolver suas forças, reconhecer suas fraquezas. Tornar seu time sólido... forte.

É assim que foram aquelas semanas para Cheryl e para mim depois que ela inventou de se mudar. Ela não demorou muito para encontrar um apartamento novo. Era com um quarto, mobiliado, em uma parte boa da cidade. Era pequeno... minha irmã pra me castigar deu todo o apoio e o chamava de pitoresco. Se estivesse sendo positiva, diria que era bem legal. Mas ser positiva não é bem minha praia, então era um lixo. Eu o odiava, cada centímetro dele.

A primeira segunda-feira que eu e a Cheryl voltamos ao trabalho não foi agradável. Meu pai nos levou até seu escritório e fez com que a gente ficasse sentadas, escutando O Sermão. É uma técnica de castigo que ele desenvolveu durante a minha adolescência, quando percebeu que bater em mim pelos meus erros não era tão eficaz quanto antes. O velho é um falante - Wendy Davis e seu discurso não tá com nada perto dele -, e ele consegue ficar falando durante horas. Houve épocas em que eu, na verdade, preferia que ele me batesse, seria tudo muito mais fácil.

O longo discurso verbal que ele aplicou naquele dia, em particular, comigo incluía palavras como "decepcionado" e "julgamento incorreto", "imaturidade" e "autorreflexão". No final, ele explicou que tem dois grandes amores na vida - sua família e sua empresa -, e que ele não permitiria que um acabasse com o outro. Então, se a Cheryl ou eu deixarmos nossas vidas pessoais interferirem no nosso desempenho profissional novamente, uma de nós ou nós duas teríamos que procurar emprego em outro lugar. No geral, achei tudo aquilo bem benevolente da parte dele. Se eu tivesse em seu lugar, teria me demitido.

Mais tarde, quando contamos para ele que ele seria avô pela terceira vez... Bom, vamos apenas dizer que as ótimas notícias demoraram um bom tempo para reestabelecer nossa relação. Eu e a Cheryl nos víamos todos os dias, no trabalho e depois dele. Não dormíamos na mesma casa, mas tínhamos encontros: jantares, shows, caminhadas no Central Park, maratonas de conversas ao telefone, que eram mais longas do que as de adolescentes. Conversávamos muito. Acho que essa era a intenção.