Andamos por mais alguns minutos até chegar na minha rua, onde provavelmente Isa está dormindo, sem imaginar o que aconteceu comigo.
O homem se manteve em silêncio o caminho todo, mas sempre acompanhando o meu ritmo, que era lento. Tudo que aconteceu ainda martelava sem parar.
– É aqui onde eu moro - digo, fazendo-o parar e observar o prédio à minha esquerda. Ele vira sua atenção para mim, fazendo-me ter leves calafrios.
– Você quer que eu te acompanhe até seu andar?
– Não, não precisa, obrigada - ele fica em silêncio. A última coisa que quero agora é esfriar a minha cabeça. - Desculpa, eu nem perguntei o seu nome.
– Não precisa saber - ele vira seu corpo para mim - sei que dirá isso à polícia. Então, dê o seguinte depoimento: diga que estava de passagem quando membros de uma facção te pegaram com más intenções, e outra pessoa de outra facção apareceu e começou os tiros. Está entendendo? - diz ele, passando um olhar frio.
– Ok... - faço uma pausa, olhando para as minhas mãos que estão brancas e frias.
– Escute - levanto o olhar - não deverá contar de mim para ninguém... ninguém - diz rígido, afirmo com a cabeça - e sinto muito por tudo que aconteceu com você nessas últimas horas.
Continuo olhando-o com uma expressão pacífica e desgastada. O homem olha para os lados para ter certeza de que não há nenhuma movimentação suspeita e olha para ela novamente.
– Agora vá, ficará mais frio.
Agradeço com um gesto de afirmação, abro as portas do prédio, dando uma pausa. Olho para trás percebendo que o homem não está mais lá, olho para os lados podendo perceber uma leve fumaça de ar frio sair da minha boca. Ele tinha razão, está ficando mais frio.
Entro rapidamente, subindo as escadas ainda tentando entender tudo que aconteceu. Não queria contar para Isa, mas não conseguirei esconder os hematomas do meu braço e as dores na cabeça.
Serafim abre a porta, percebendo que ficou com o casaco do homem, mas isso ela resolverá depois. Ela vai até o quarto de Isa, onde está dormindo.
Serafim acorda Isa, mas as lágrimas vêm à tona atropelando tudo. Isa a acolhe abraçando-a. Precisa de alguém para se apoiar, para chorar.
Aos prantos, ela conta tudo que aconteceu, pelo menos a versão que o homem lhe disse para seguir, falando sobre os homens, o massacre em sangue. Isa a acolheu mais e a levou imediatamente para o hospital, pegando a chave reserva do carro dos pais por precaução.
Ela deixou o carro dos pais na frente do prédio e foi buscar a amiga. Isa a enrolou em um cobertor, desceu as escadas no seu ritmo, a colocou gentilmente no carro, levando-a para o hospital onde foi atendida na hora.
Os médicos enfaixaram os seus braços e deram alguns calmantes e remédios para a dor. Ao ouvirem sua descrição, chamaram a polícia imediatamente.
Com a chegada da polícia, ela deu a sua versão, a localização do acidente, que logo virou alvo dos investigadores. Isa ficou o tempo todo ao seu lado.
Horas depois, com o aparecimento da polícia, Isa ligou para os seus pais e contou tudo que tinha acontecido. Como era de se esperar, o casal ficou assustado, mas Isa achou melhor os dois virem no dia seguinte, já que ela estava finalmente descansando. Logo de manhã, teria a presença de uma psicóloga.
Por mais que estivessem em um hospital, Isa ficou de guarda enquanto Serafim dormia. As duas passaram a noite no hospital, mas o médico disse que logo de manhã, após a consulta com a psicóloga, poderiam ir embora.
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lguns minutos depois de deixar a mulher em sua casa, estive pensando em quanto tempo passo nesta cidade; isso nunca tinha acontecido. As mulheres deste lugar, mesmo que não saibam, são protegidas, desde que não saiam da nossa área. Acelero o passo, chegando ainda mais perto da boate; precisava limpar minha barra, logo a mídia e toda a cidade saberão do massacre desconhecido. Observo de longe a cena das mortes, percebendo que ninguém notou ainda.
Levi chega à boate, ao entrar, recebe uma onda de calor, ficando confortável, mas se dirige rapidamente ao andar de cima, onde Erwin ainda procurava por respostas da invasão liderada por homens de negro. Levi se aproxima com dificuldade, pois há muitos seguranças, até chegar em Erwin.
– Erwin - ele olha para mim, erguendo sutilmente a sobrancelha ao ver vestígios de sangue em minhas mãos - preciso falar com você.
Saio do meio dos homens de negro, indo para um canto mais calmo; o mesmo vem atrás.
– Vamos dizer assim que fiz uma bagunça a alguns quarteirões daqui.
– Bagunça? Você não é de fazer bagunça - ele dá um gole no vinho que está em uma taça - mas me fala, o que você fez?
– Eu matei alguns caras a alguns quarteirões daqui - ele ergue a sobrancelha novamente - e preciso que você limpe a minha barra.
– Hum - ele me analisa de cima a baixo, dando uma pausa - e... posso saber qual foi a causa?
– Na hora em que fui sair para tomar um ar, eu andei um pouco e vi uma situação... complicada.
– Situação? Que situação?
– Vi uma mulher que estava sendo quase estuprada, e eu meio que coloquei um ponto final. - Erwin me encara sem nenhuma emoção até falar novamente.
– E matou eles?
– Todos.
– Quem matou quem, minha gente? - Hanji aparece atrás de mim, usando-me como apoio de braço e apoiando no meu ombro.
– Hanji, vá com o Levi ao local e vasculhe por câmeras; eu irei fazer algumas ligações, verei o que posso fazer. E aliás, o que aconteceu com a moça?
– Traumatizada, claro, mas eu a acompanhei até a sua casa. - Percebi agora que deixei meu casaco com ela, mas isso é o de menos.
–E o que você disse para ela para não te expor?
– Disse para ela falar que foi um conflito entre duas facções; foi aí que ouviram os tiros.
Erwin afirma com a cabeça, dá mais um gole no vinho, olha para trás, sinaliza com a cabeça para alguns homens, que imediatamente vêm ao nosso encontro.
– Eles vão com vocês - afirma ele.
Saímos da boate e vamos rapidamente para a cena do massacre. Ao chegar, eles vasculham a área em busca de qualquer testemunha ou câmeras.
No beco, Levi vai até o primeiro alvo de seu tiro e percebe que em sua cintura, no lado direito, há um pequeno volume. Levi coloca as luvas, levanta a camisa do sujeito, era uma pistola.
Hanji aparece logo ao lado, se agachando para observar a situação. Levi tira a pistola, percebendo que é uma XDM Elite. Ele analisa e nota algo suspeito: duas siglas no cabo.
– Olha só que mundo pequeno - ele passa a arma para Hanji..
– com as siglas M.Z. ...
– eles também faziam parte da invasão da boate.
– o Erwin vai gosta disso aqui.
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Espero que tenham gostado ✨
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♣️ _ Erwin The Black Merchant _ ♣️
FanfictionApós sair de sua cidade natal e ter se mudado para a cidade grande em Varsóvia, Serafim começa um trabalho em uma cafeteria, com isso ter iniciado a sua faculdade. Só que mais para frente dos dias na cidade, ela se vê em uma proposta maior de trabal...