Capítulo Once - Nadie sabe y confío en ti

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Barcelona, Espanha- Vamos? - Gavi girou a chave do carro na mão enquanto estava parado na frente da sala de Anya, olhando pra ela pela porta, as caronas a levando de volta para casa tinham virado rotina, uma forma de não perder contato depois que ...

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Barcelona, Espanha
- Vamos? - Gavi girou a chave do carro na mão enquanto estava parado na frente da sala de Anya, olhando pra ela pela porta, as caronas a levando de volta para casa tinham virado rotina, uma forma de não perder contato depois que ele diminuiu a frequência das consultas

- Me dá só dois minutos só pra acabar de digitar aqui - a fisioterapeuta falou com os olhos na tela, já conhecia o tom de voz do jogador pra pelo menos saber quando era ele falando com ela - Como foi o treino hoje?

- Tô me sentindo bem melhor, Xavi acha que dá pra me colocar no próximo jogo, tá sentindo que eu tô mais pronto. Vai ser só no segundo tempo e quase no final, mas já é alguma coisa.

- Você tá feliz com isso - ela sorriu, ainda digitando

- Você não tá nem vendo meu rosto

- Consigo ouvir o sorriso na sua voz - Anya finalmente desligou o computador e se levantou, pegando a pequena mochila e indo pra perto de Gavi que a encarava surpreso por ela saber quando ele estava sorrindo por simplesmente o som de sua voz  - Vamos.

Os dois foram andando até o estacionamento, ainda conversando sobre o treino dele, perdidos e envolvidos no próprio mundinho, ainda parecia incrível que ela o ouvisse sempre com tanta atenção. Até um trovão alto os arrancar do assunto.

Quem se assustou daquela vez foi Gavi, estremecendo forte e engolindo seco pra tentar se controlar.

- Uau - ele tentou, disfarçando - Tá com cara de que vai chover muito né? É melhor a gente correr. Não quero que você se molhe.

- Tudo bem - Anya assentiu, alheia ao motivo real, e os dois foram até o Audi preto, entrando no veículo, ela afivelou o cinto e ficou esperando Gavi dar a partida

Enquanto ele arrancava pra fora do estacionamento, não era difícil perceber as mãos firmes no volante, os nós dos dedos até mesmo brancos, as costas eretas e o corpo tenso. Santiago já tinha uma hipótese sobre aquilo, mas esperou um outro trovão pra confirmar.

Assim que a luz branca cruzou o céu espanhol, imediatamente seguida pelo estrondo alto do trovão, Pablo encolheu os ombros a ponto de ficarem duros e travarem no pescoço.

- Você tem medo de chuva - Anya constatou, sorrindo leve

- Eu não tenho medo de chuva - ele negou imediatamente - Pff, isso é coisa de criança.

- É um medo como qualquer outro - ela devolveu - Não te faz inferior a ninguém.

- Eu não tenho medo de chuva, ok? Só não gosto, principalmente quando eu não tô em casa.

- Eu tenho medo do escuro - ela falou, desviando o olhar dele e olhando pra frente, contando por ver a resistência dele - Tenho estrelas que brilham no escuro coladas no teto do meu quarto

- Porque tá me contando isso?

- Porque somos amigos e eu confio em você - Santiago deu de ombros - E eu tenho medo porque depois que adquiri a prosopagnosia, o escuro se tornou meu pior inimigo, e eu era nova pra entender que ele só dificultava meu trabalho, mas agora eu não consigo me livrar disso.

The Face of Anger - Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora