Pablo Gavi vinha passando pelo inferno em sua forma mais literal possível na Terra. Não tinha paz em casa devido a polêmica enorme que sua mãe estava envolvida sendo pivô da separação de um dos casais mais famosos do mundo. Não tinha paz no relacion...
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Barcelona, Espanha Quando Anya mandou a mensagem informando a localização e o horário do julgamento de seu irmão, Gavi não pensou duas vezes antes de confirmar que estaria lá, como tinha prometido que faria e que estaria ao lado dela em todos os momentos.
E mesmo que fosse cedo, ele já estava pronto, pronto para ir encontrá-la e ficar horas que fossem apoiando a namorada, um casaco leve por cima de uma camisa branca e desceu as escadas rapidamente, apenas para ouvir barulhos vindos da cozinha.
- Mãe? Você tá em casa? - ele perguntou cuidadoso, sacando o celular pra caso precisasse chamar a polícia, mas felizmente, ou infelizmente, era somente a matriarca
- Olá hijo - ela falou, colocando um copo de suco na frente dele, junto de um sanduíche - Buenos días
- Buenos días, obrigada - um fraco sorriso escapou e ele começou a comer, podia ainda estar ressentido, mas sua mãe era incrível na cozinha - Achei que você ia demorar a chegar
- A reunião não foi tão longa, precisávamos apenas fechar alguns detalhes dessa parceria nos Estados Unidos - María explicou, colocando um copo de suco para si e se sentando diante do filho - Cheguei a pouco tempo, vim fazer café primeiro. Onde vai tão cedo? Pensei que hoje era folga.
- E é folga - Gavi não a olhava nos olhos, olhava para as mãos, ainda usava a luva imobilizadora, e era óbvio que ela havia notado também, e mesmo assim tentando controlar, não era raiva, era ressentimento - Mas eu vou encontrar a Anya, temos… coisas pra resolver
- Eu sei sobre o irmão dela - a mulher falou com superioridade - Vocês tentam esconder, mas ele é razoavelmente famoso e ela se tornou também por sua causa, além de claro, ter ido parar no noticiário. Toda a Espanha sabe que Matteo Santiago vai a julgamento hoje.
- Ah merda, eu tenho que encontrar ela o mais rápido possível então - ele se levantou num salto em direção ao porta chaves, mas algo estava muito errado
Seus pés não se firmavam no chão, os joelhos estavam bambos e ele parecia pesado, seu centro de gravidade parecia maior que tudo ao redor, subitamente sua respiração estava ofegante e ele mal conseguia descer da cadeira.
- Mama? - Gavi chamou desesperado, as bordas de suas visão estavam escurecendo, se agarrou ao balcão por reflexo, mas as mãos também não tinham firmeza
- Sí, hijo - María respondeu mas não se moveu, ainda sentada, bebericando de seu copo em uma calma mortal
- Me ajuda - ele implorou quando seus joelhos falharam e ele caiu no chão, seu corpo estava cedendo, os olhos pesando - O que você fez?
- TEI é um transtorno que precisa ser medicado, filho, e vai te estressar assistir esse julgamento, você tem que descansar. Eu tô cuidando de você.
A última coisa que viu antes de apagar completamente foi o sorriso falsamente cuidadoso de sua mãe. E no segundo seguinte, tudo era escuro.
