Pablo Gavi vinha passando pelo inferno em sua forma mais literal possível na Terra. Não tinha paz em casa devido a polêmica enorme que sua mãe estava envolvida sendo pivô da separação de um dos casais mais famosos do mundo. Não tinha paz no relacion...
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Barcelona, Espanha Quando começou a trabalhar no Barcelona e em sua área, Anya já sabia que eventualmente seria feita de trouxa, que ficaria esperando por minutos e talvez horas enquanto algum jogador não iria até ela.
Ela só não esperava que fosse tão cedo.
Enquanto o horário da consulta de Gavi chegava, durava e passava, ela somente esperou, os olhos fitando insistentes o relógio na parede oposta, a frustração preenchendo cada parte de seu corpo enquanto o ponteiro de minutos se arrastava a noção de que Gavi realmente não viria a batia com força.
Santiago olhou para o arquivo com todos os planos que tinha preparado para a consulta e se segurou pra não chorar. Não era que ela não soubesse lidar com a frustração, aquilo ela sabia bem até demais, mas ao ver tudo que tinha preparado pensando no jogador sendo praticamente desfeito por ele simplesmente não ir. A irritava.
Ela tentou aprimorar o atendimento que faria no dia seguinte com Busquets depois de uma distensão muscular na coxa do mais velho, mas seu plano pra ele também já estava pronto. Por um breve momento, ela odiou ter dedicado todo seu final de semana para deixar tudo perfeito.
Mesmo assim, Anya se esforçou pra ocupar seu tempo, pesquisou mais livros de fisioterapia e estudou durante o tempo em que ficou ali. Durante todo o tempo que conseguiu na verdade.
O que não foi muito porque logo que ela terminou o primeiro capítulo, o estrondo alto de um trovão a assustou, seguido pelo som imediato da chuva pesada caindo sobre o CT, foi como se uma nuvem pesada tivesse simplesmente despencado sobre a Cidade Esportiva, com ventos fortes incluídos, que logo obrigaram todos os treinos a pararem.
Em poucos minutos, a chuva foi ficando cada vez mais intensa e não demorou muito para as luzes do prédio começarem a piscar e logo se apagaram definitivamente, obrigando todos a dependerem apenas das fracas luzes de emergência espalhadas por todo o prédio.
Agora impossibilitados de trabalhar, todos os funcionários do Barcelona receberam uma mensagem em seus celulares da Administração avisando que não precisavam mais ficar ali, uma vez que os computadores não funcionam mais e que a chuva impedia todas as atividades externas, não tinha mais o que pudessem fazer ali.
Anya então juntou todas as suas coisas, guardando na pequena mochila que usava, suspirando quando o livro que estava lendo não coube e tentando colocá-lo dentro da blusa de frio para impedir que molhasse quando saísse da sala. Mesmo tendo sido liberada, ela ainda cogitou esperar ali, mesmo que no escuro, por mais que odiasse o escuro, ela não tinha carro e normalmente iria de ônibus, então até que valia a pena esperar até que a chuva tivesse diminuído.
Quando saiu pela porta entretanto, voltar pra sala era impossível. Anya foi arrastada por uma multidão que fazia o mesmo que ela, saia de suas salas e tentava chegar até o estacionamento, correndo para se molharem o mínimo possível.
