Capítulo Treinta y Dos - Despertar y tratar de sentir

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Barcelona, EspanhaA lesão no tornozelo tinha testado os limites de Gavi a dor, tinha o levado ao seu máximo e provado que ele precisava sim de ajuda, que às vezes estava tudo bem não aguentar tudo sozinho

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Barcelona, Espanha
A lesão no tornozelo tinha testado os limites de Gavi a dor, tinha o levado ao seu máximo e provado que ele precisava sim de ajuda, que às vezes estava tudo bem não aguentar tudo sozinho. Ele não achou que pudesse existir dor maior que aquela.

O que sentia agora era intenso, a dor física, nas mãos e nas pernas, era lancinante, mas ela não estava sozinha, ainda havia algo dilacerando seu coração, como se houvesse uma mão fechada em volta do órgão, apertando com força, o torturando, testando se ele conseguia voltar a vida depois de tudo, testando se conseguia voltar depois de querer tão intensamente que tudo acabasse.

Querendo que aquilo parasse, ele forçou seus olhos a se abrirem. Ainda se sentia exausto e dolorido, mas precisava que a sensação torturante passasse, precisava fazer parar ele mesmo.

Ao separar as pálpebras entretanto, se deu conta de que não havia ninguém o machucando. Pablo estava em um hospital, havia acessos e fios em seus braços, uma cânula com sangue, outra com soro, uma pequena e dolorida agulha estava em seu pulso. O aparelho de pressão fixo em seu braço, o oxímetro no dedo indicador e vários eletrodos em seu peito. A sensação de que tinha quase morrido o sufocou por um instante.

Ao tentar olhar ao redor, havia uma mulher sentada na poltrona ao lado dele, estava mexendo no celular e completamente distraída, os cabelos castanhos caindo sobre o rosto.

- Anya? - ele chamou esperançoso, sua voz rouca

Mas quando ela se virou, não foram os olhos esverdeados da namorada que o olharam, mas sim a expressão dura da mãe, olhos castanhos iguais aos dele mas um amargor que ele nunca tinha visto em si mesmo.

- Hijo! - María se levantou de uma vez e foi até ele - Como você tá?

- Ótimo - ele tentou sair das mãos dela, fazendo aquilo o doer intensamente - Cadê a Anya?

- Pablo, por favor, a gente precisa conversar.

- A gente não tem nada pra conversar, eu quero a minha namorada.

- Então você não vai nem comentar que escondeu um transtorno por anos da sua própria mãe?!

- Mudaria alguma coisa se eu tivesse contado? - ele olhou pra ela, cético. A cabeça já estava doendo, queria estar com raiva dela, mas não tinha forças nem pra aquilo - E não tem anos, tem um ano e uns meses. Mãe, você esqueceu meu aniversário, o que faria com a informação de que eu tenho um transtorno?

- Eu teria cuidado de você!

A gargalhada irônica que deixou o jogador fez seu peito arder e queimar, mas a expressão da mãe fez valer a pena, ela precisava saber que a impressão que passava era aquela.

- Ah tá bom, claro.

- Hijo... - ela continuou tentando

- VOCÊ ME ABANDONOU QUANDO EU MAIS PRECISEI DE VOCÊ! - ele gritou, rasgando a garganta e cerrando o punho, fazendo os curativos na mão arderem

The Face of Anger - Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora