ℭ𝔥𝔞𝔭𝔱𝔢𝔯 015| 𝙐𝙢𝙖 𝙡𝙞𝙜𝙖çã𝙤 𝙣ã𝙤 𝙩ã𝙤 𝙗𝙤𝙖

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-Oi... -Respondo.

-Não acho uma posição confortável para dormir. -Ela reclama enquanto se meche com dificuldade.

-Vem, pequena. -Eu a coloco por cima do meu corpo. Ela é leve, então para mim não é um incomodo e pra ela menos ainda.

-Pode por música, Nonô? -Ela pergunta.

-Posso. -Digo e pego meu celular.

Eu abro o aplicativo de música e ponho para tocar "Heartbreak anniversary" do Giveon.

Quando a música começa a tocar, eu ponho minha mão por dentro da blusa de Manuella, acariciando suas costas, fazendo com que seu corpo relaxe aos poucos. Em menos de dois minutos ela dormiu com a cabeça em meu ombro, posso sentir sua respiração em meu pescoço.

Eu abaixo a música aos poucos e desligo o celular para que eu também possa dormir, eu fechei os olhos e finalmente o sono tomou conta.

[...]

Agora são 7:00 da manhã, eu e Manu acordamos bem cedo hoje, escovamos os dentes, trocamos de roupas e fomos assistir algo no meu celular. Ela escolheu assistir através da minha janela e então estamos assistindo enquanto a mãe dela não chega.

-Fica aqui comigo hoje? -Ela pergunta tirando a atenção dos filme e apoiando a própria cabeça em meu peito.

-Não posso ficar durante todo o dia, mas até às 14:00 vamos ficar junto hoje.

-Que bom. Não queria que você fosse embora.

-Eu também não queria ter que ir embora, mas olhe pelo lado bom, temos mais sete horas para ficarmos juntos. -Digo.

-Só sete horas? Pra mim é pouco. 

-Relaxa, Manu. Eu não vou morrer daqui a sete horas, só vou embora, mas eu volto todo dia.

-Mas você não dorme aqui todo dia. 

-Eu estava pensando em organizar melhor os meu horários e revezar com a sua mãe os dias de ficar aqui no hospital com você, o que acha? -Indago.

-Eu amei a ideia. -Ela diz sorrindo e então ouvimos a porta do quarto se abrir.

-Bom dia! -Kate deseja animada.

-Bom dia! -Desejamos à ela.

-Como foi a noite? Dormiram bem? -Pergunta a loira me tirando um sorriso de canto.

-Você nem se esforça para disfarçar! -Diz a garota dos olhos verdes.

-Pelo visto dormiram bem. -Diz Kate.

-O Noah quer falar com você! -Manuella exclama.

-Quero? -Indago.

-Quer! -diz a garota que logo chega a boca próxima ao meu ouvido. -Fala sobre aquele negócio de revezar os dias. -Ela sussurra.

-Ah, quero! Bom, Kate, eu quero lhe propor uma coisa.

-Prossiga... -Kate pede.

-Acho que você deveria ter um tempo de descanso, então, eu quero propor que eu e você revezemos os dias de ficar com a Manuella.

-Desculpa Noah, mas não. Acho melhor ficar do jeito que está, pois assim não têm um risco tão grande de acontecer algo a mais entre vocês. Se quiser pode ficar aqui nas noites em que eu tiver que levar as roupas minhas e da Manu para lavar, pode ser? -A loira indaga.

-Claro! -Digo parecendo satisfeito com o que Kate me propôs, mas na verdade, não estou nem um pouco feliz com o resultado da minha proposta.

[...]

Passei o dia todo chateado por Kate não ter aceitado minha proposta, mas tentei disfarçar ao máximo para não transparecer isso e não afetar a Manu.

Eu acabei de chegar em casa e acho que vou me deitar, talvez minha falta de animo seja sono e quando acordar espero estar renovado. Eu subo as escadas e sigo meu caminho pelo corredor até a penúltima porta, e o que eu mais me arrependo de ter feito após isso foi girar a maçaneta e abrir a porta.

Jade e Lucas estão...Ah! Que merda! No meu quarto?!

-Que droga! Será que ainda não entenderam que não podem sair se comendo por toda a casa?! Ninguém é obrigado a assistir essa pornografia ao vivo! -Exclamo largando minha bolsa em algum canto.

-Alguma coisa não saiu como ele queria hoje... -Lucas cochicha para Jade.

Ele sabe que a única coisa que me tira do sério é quando algo não sai do jeito que eu planejei, e se isso não tivesse acontecido, provavelmente eu só sairia sem dizer nada e me deitaria no sofá da sala para dormir pois não ligo se estão transando ou colocando fogo na casa.

O que me resta fazer é ir para o quarto de Gael, lá tem duas camas, uma na qual eu dormirei hoje. Eu me virei em direção à porta, e dei um passo, mas antes de encostar na maçaneta, sou chamado por Lucas.

-Hey, cara!

-O quê foi? -Olho para ele.

-O Gael veio com você? Ele não chegou ainda. -Diz Lucas.

-Como assim "Ele não chegou"? Hoje ele saiu do hospital antes de mim. 

-É, ele não chegou até agora. -Jade diz.

-Vou ligar para ele. -Abro a porta, mas sou interrompido novamente.

-E desculpa, mano. -Lucas diz antes de eu me retirar.

Eu vou até o quarto de Gael, e antes de me deitar na cama meu celular vibra indicando uma ligação, a qual eu atendo.

-Boa noite, por acaso falo com algum familiar ou conhecido de Gael Mendes? -Uma voz feminina pergunta.

-Sim, sou amigo dele, quem é? -Indago.

-Eu falo do hospital Albert Einstein, e quero informar sobre a entrada de Gael hoje a uma hora atrás por colisão de automóveis.

-Colisão? Como ele está? Qual o estado dele? -Indago.

-Grave, senhor. Ele teve uma hemorragia cerebral causada após um traumatismo craniano. -Diz a mulher.

-Eu posso ver ele? -Indago.

-Por enquanto não, senhor. Mas provavelmente amanhã ele poderá receber visitas.

-Ok, amanhã eu estarei ai. -Digo desligando o telefonema.

Eu não posso... Não posso perder meu melhor amigo...

[...]

Aqui estou eu no hospital juntamente com meus amigos para ver Gael.

Todos estão cientes sobre o estado dele e sobre o que aconteceu, Jade e Lucas se abraçam ao lado do batente da porta enquanto Pedro abaixa a cabeça para tentar esconder as lágrimas, eu vou até ele que ao me ver se joga em meus braços em busca de consolo emocional.

Acho que na verdade quem está precisando de um ombro amigo agora sou eu, mas eu sou o tal "ombro amigo" dos meus amigos, então tenho que suportar todo esse peso e depois pensar em liberá-lo de minhas costas.

O eco que ecoa no corredor silencioso indica que alguém vem em nossa direção, em primeira instância não me importo, mas ao ouvir a voz da tal pessoa meus olhos se direcionaram a ela.

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⏰ Última atualização: May 13 ⏰

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