Capítulo 13: Contando as estrelas

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-Você gosta dele, Maya. -A Alice afirmou sorrindo. Tinha nas mãos um copo de café e eu só conseguia observar meu donut na mesa.

-Me sinto tão idiota por isso. -Respondi a fazendo bufar, chamando a atenção dos homens da mesa ao lado. -Se comporta, estamos em uma lanchonete. -Brinquei vendo a loira tacar um dos guardanapos em mim.

-Idiota você seria se mesmo gostando dele não desse uma chance.

-Eu não posso ser a única a dar uma chance. -Encostei na cadeira. -Ele não é esse tipo de cara, Alice. Você sabe disso, sempre deixei claro e parece que não to seguindo meus próprios conselhos amorosos.

-Porque você acha que vale a pena, nem que for só um pouquinho. Já é alguma coisa pra te fazer acreditar.

-Por que eu sou assim? -Murmurei colocando a minha cara contra a mesa, lamentando minhas atitudes. -Eu deveria ser uma daquelas filha da puta que odeia tudo e todos.

-Mas você felizmente não puxou para a sua mãe. -Disse me fazendo rir. -Agora levanta essa cara dai porque os gatos da mesa ao lado estão olhando.

Levantei, observando a Alice que arrumava o cabelo loiro.

-Você é tão cara de pau. -Ri a olhando. -Achei que estava saindo com o Peter.

-Estou, mas enquanto não assumimos nada posso ser desejada por outros. -Afirmou me fazendo gargalhar. -O que aconteceu entre você e o Trevor?

-Nada. Eu não consegui dar uma chance pra ele. -Disse encostando o rosto na minha mão. -Ele é tão legal e eu não consegui gostar dele.

-O coração faz o que quer, querida.

(...)

Foi uma semana cheia, ainda mais do que as outras. Faltava apenas seis dias para o casamento da minha tia e ela estava mais nervosa que qualquer outra pessoa envolvida no evento. Eu não a culpava, também estaria. Seu noivo ainda não tinha chegado de viagem e algumas das lembrancinhas tinham dado errado. Me ofereci para ajudar e claro que aceitaram, mas mandaram como ajudante o Allan.

Tinha falado com ele algumas vezes, mas nós dois estávamos ocupados com nossos próprios problemas e quase não tínhamos nos esbarrado a semana inteira. Ainda mais com seu pai fora, nossos caminhos mal tinham se cruzado nos últimos dias.

Mas ele estava ali de novo, no mesmo cômodo que eu me observando de longe, encostado na bancada. Tentei ignorar seu olhar que me queimava, mas eu não consegui. Coloquei as lembrancinhas na mesa me virando para ele, que sorriu descaradamente.

-Você nunca cansa disso? -Perguntei levantando as sobrancelhas.

-Com certeza não, é ótimo ver como você fica vermelha. -Sorriu e eu balancei a cabeça em sinal de reprovação, mas não consegui ficar séria por muito tempo. -Conversei com sua amiga naquele dia.

-Que bom. -Respondi colocando a etiqueta na ultima lembrancinha do casamento.

-Por que não me contou? -Perguntou enquanto eu sentia seu corpo se aproximando e parando ao meu lado para pegar a caixa que estava no chão com os objetos dourados dentro.

-Não te contei o que, Allan? -Franzi a testa enquanto ele levantava para me encarar de novo.

-Por que não contou que depois daquela festa as pessoas foram péssimas com você por minha causa?  -Eu abaixei a cabeça enquanto me observava. -Eu sinto muito.

-Nós dois sabemos que você continua o mesmo cara. -Respondi ainda não o olhando. -Por que eu contaria? -Perguntei, seguindo para a sala.

-Você era a única naquela festa que parecia valer a pena interagir de verdade. -Continuou indo atrás de mim. -Só que eu estava começando minha carreira de modelo, era um moleque e meus amigos eram uns babacas...

O grande sedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora