Capítulo 25: Amor em dose dupla

104K 7.1K 1.6K
                                    

-Isso vai dar muito errado. -O Allan estava a metros de distância, carregando quatro caixas empilhadas.

-Claro que não. -Foi o que disse segundos antes de tudo ir ao chão, inclusive ele.

Ele me olhava sério com aquele par de olhos azuis, tão brilhantes e tão claros, enquanto eu ria.

-Sorte sua que aqui dentro não tem nada que possa quebrar. -Andei até ele, que tinha os braços cruzados, e o ajudei a pegar tudo do chão. -Ninguém mandou você querer levar tudo sozinho.

-Eu fui um perfeito cavalheiro. -Se defendeu enquanto eu pegava do chão, duas das caixas derrubadas. -Se você trouxesse poderia ter...

-Derrubado? -Perguntei com as sobrancelhas levantadas e ele riu.

-Tudo bem Maya, você ganhou. -Falou se abaixando. -Mais uma vez. -Murmurou me fazendo rir enquanto eu entrava na nossa nova casa em Los Angeles.

Foi muito rápido?

Há um ano o Jason resolveu contar do nada que iria para Nova York passar seis meses com o Kate. Claro que todos queriam bater nele e nos cúmplices que já sabiam da história. Mas sua frase era "É só metade de um ano, eu vou voltar o mesmo". Mentira.

Não sabemos o que aconteceu naquela cidade durante aquele período de tempo, e ele não quis nos contar alegando ser uma parte secreta da vida dele, mas ele voltou com uma tatuagem no pulso.

Com uma tattoo de coelhinho.

-Por que? -Eu perguntei rindo enquanto segurava seu braço.

-A coelha tem lacinho. -O Allan observou sentado no sofá e o amigo mostrou o dedo do meio para o modelo que sorria satisfeito. -A partir de hoje você é minha garota favorita.

-Vai deixar isso acontecer? -O Jason perguntou me observando, esperando minha reação por ter ficado em segundo lugar na listinha do Allan.

-Claro que não. -Eu disse e ele sorriu. -Ele é a minha garota favorita. -Afirmei olhando para o Allan que gargalhou.

-Vocês dois...são uns chatos. -Disse balançando a cabeça. -Que saudade. -Me abraçou, bagunçando meu cabelo e em seguida pulando em cima do Allan, que reclamou.

Seis meses atrás, enquanto bebíamos em um bar, eu aceitei morar com o Allan em um bairro calmo. Todos que conhecíamos já tinham ido embora e nós dois ficamos, fantasiando sobre nosso futuro em uma casa branca.

Teríamos um labrador, uma piscina enorme e no fim escutei o Allan comentar sobre ter um filho.

-Um filho? -Parei, surpresa.

-Porque o espanto? -Perguntou enquanto eu tirava meu cabelo suado do rosto e me ajeitava no banco.

-Não sei. -Dei de ombros. -Nunca achei que fizesse parte dos seus planos...

-Meu plano é estar com você pra sempre. -Disse se inclinando para me beijar. -Os outros serão nossos planos.

Já estávamos terminando de arrumar a casa com a tão sonhada pintura branca. Faltava apenas algumas caixas que ainda não tínhamos levado, porque o Allan tem uma incrível coleção de roupas que deixa a minha bem menor do que a dele.

-Vai ficar aí parado? -Voltei rindo de dentro de casa, enquanto ele observava em volta.

-E se usarmos nossa cama uma primeira vez? Apenas um teste. -Afirmou sorrindo e me puxando pela cintura para mais perto.

-Eu acho.... que não deveríamos fazer nada aqui do lado de fora. -Afirmei segurando a risada.

O Allan franziu a testa sem entender, mas logo reparou que havia um garoto na casa ao lado. Ele nos observava atento.

O grande sedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora