Capítulo 08: A vida é uma vadia

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-Maya, que bom. -Meu pai disse assim que abriu a porta e entramos na sala de estar. -Preciso da sua ajuda.

-Oi pai. Claro que estou bem e você? Ah, que isso. Não precisa agradecer só porque eu sai do conforto da minha casa e desmarquei compromissos, sem problema. -Disse ironizando. Ele me olhou sério antes de voltar a falar com a Maya que ria baixinho, como se eu não estivesse ali.

-Mas então, precisa da minha ajuda para o que exatamente?

-Eu vou viajar a trabalho por três dias. -Respondeu. -Uma parte da gravação do meu filme vai ser em outro país e eu não vou ter tempo para comprar as alianças.

-Você quer que eu compre as alianças do seu casamento? -Perguntou.

E eu continuava parado na porta já vendo que tudo sobraria para mim.

-Se você puder, é claro. Eu sei que está em cima da hora já que o casamento é daqui três semanas, mas você conhece ela a mais tempo que eu. Sabe do que ela gosta de usar.

-Eu poderia ir agora, mas não estou de carro.

-Não tem problema, o Allan te leva na loja que eu costumo ir. -Afirmou como se eu estivesse trabalhando de motorista particular, mas ainda não estava sabendo.

-Claro, porque não? -Respondi tentando manter meu espírito paz e amor.

Eles conversaram por mais alguns minutos me fazendo esperar dentro do carro, e eu estava segurando a barra, estava mesmo. Então a Maya entrou em silêncio e fechou a porta. O que me fez observá-la por mais alguns segundos antes de acelerar.

Meu pai já havia comprado tantas vezes naquela loja que quase não pagava por nada. 

-Por que está com essa cara? -Perguntei assim que parei na frente do estabelecimento. -Não que eu ligue para todos os seus problemas e tudo mais, mas está me incomodando muito.

-Eu só não queria sua companhia mesmo. -Respondeu.

-Olha, será que você pode deixar de lado esse seu ódio por mim por pelo menos uns cinco minutos? -Perguntei quando saí do carro e a observei do outro lado, que me encarava de pé. -Eu estou aqui pelo meu pai e pela merda do casamento dele, não por você. Se você quiser sair andando agora tudo bem, eu não me importo, Maya. Ou você pode comprar a porra das alianças de uma vez. -Disse nervoso e não pude deixar de chamar a atenção de algumas pessoas.

-Tudo bem. -Disse calmamente enquanto nos olhávamos. Então ela se virou e entrou na loja como se não tivéssemos tido um momento estranho onde os pensamentos que eu não queria que tivessem saído, tinham. Eu respirei forte por segundos e fiquei lá encostado no carro.

Meia hora depois eu fui atrás e ela ainda estava com elas nas mãos, analisando todos os detalhes.

Não importava o quanto eu a queria na cama, ela estava começando a mexer comigo de um jeito diferente e eu sabia que estava me metendo em uma armadilha. Mas eu não podia simplesmente sair, não dar o meu número ou fingir que ela não existe como faço com as outras. Ela estava presente e era inevitável ficar perto daquela mulher. Seu jeito teimoso e seu gênio forte que me fizeram questionar sobre coisas que sabia que me dariam problemas.

Regra número 4: Nunca pegue ninguém que você verá novamente

"Ela não é igual as mulheres com quem você costuma transar"

Parei vendo-a escolher as alianças. Tinha um sorriso enorme no rosto e uma ingenuidade no olhar, como se aquilo fosse de algum modo muito especial para ela. Então eu fiquei observando, e me xingando internamente por isso.

O grande sedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora