Bad Word [Kenji Kishimoto]

19.

19.

KENJI

UMA explosão.
O som de vidro estilhaçado.
Puxo Evie por trás assim que ela aperta o gatilho e a bala atinge a janela atrás da cabeça do comandante.
Eu a viro, chacoalhando-a com tanta força, que sua cabeça ser jogada para frente e para trás, e eu estou gritando com ela e com Juliette, dizendo que temos de ir, que precisam largar as armas, eu estou respirando rápido e dizendo:

- Preciso que você se afaste, certo? Evie? Você consegue me entender? Preciso que você recue agora. Você vai ficar bem... Você vai ficar muito bem... Você vai ficar ótima, precisa apenas...

- Não, Kenji... Tenho de matá-lo. Tenho de garantir que ele morra - ela está dizendo. - Você só precisa me dar mais um segundo...

- Não - digo - ainda não, agora não. Não podemos. Não podemos matá-lo ainda. É muito cedo, tudo bem?

Olho para o comandante.

Seus olhos estão virados para cima. Verifico seu pulso. Olha para as meninas e digo:

- Acho que ele desmaiou.

Juliette recua, precisando encontrar uma parede à qual se agarrar, algo sólido em que segurar e eu a abraço muito apertado com um braço e envolvendo a cabeça dela com a outra mão.

- Temos de ir embora - digo, acariciando o cabelo dela em uma demonstração de ternura.

Evangeline desvia o olhar para o tio desmaiado no chão, depois quando torna a me olhar sinto frieza vindo dela.

- Você vai ficar bem? Preciso que fale comigo, tudo bem? Também teremos que correr.

- Warner - Evangeline arregala os olhos - Onde está...

Ele está desmaiado.
Uma pilha no chão. Braços amarrados atrás da cabeça, uma seringa vazia jogada no tapete ao lado dele.

- Eu cuidei de Warner - explico.

- Kenji - Juliette ofega. - Kenji, onde está o Adam? O que aconteceu? Onde estão os reféns? Todo mundo está bem?

- Adam está bem - eu a tranquilizo - Nós entramos pela porta dos fundos e encontramos Ian e Emory.

Ele olha na direção da cozinha.

- Eles estavam bem ruins, mas Adam os está levando para fora, tentando fazê-los acordar.

- E os outros? Brendan? E... Winston?

Kenji balança a cabeça.

- Não faço ideia, mas tenho a sensação de que conseguiremos trazê-los de volta.

- Como?

Hesito por um segundo, preocupado com a reação de Evangeline.

- Vamos levar esse garoto como refém.

- O quê?

- É a nossa melhor aposta - ele me diz. - Outra troca. Uma de verdade, dessa vez. Além disso, ele vai ficar bem. Sem as armas, o garoto de ouro é inofensivo.

Caminho até a figura imóvel de Warner. Cutuco-o com o dedo do pé antes de levantá-lo, jogando o corpo dele sobre o ombro.

- Cuidado. - pede Evangeline, engolindo em seco - Por favor.

Eu seguro a mão da garota e dou um beijo na palma.

- Vamos. Vamos sair daqui... Está uma loucura lá fora e não temos muito tempo até eles chegarem a esta rua...