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EVANGELINE

DEPOIS de sair do quarto de Aaron eu decidi que deveria ir ver Adam. Ele também era minha responsabilidade afinal e devia estar extremamente abalado.
Eu o encontrei em uma das salas de treinamento, treinando no saco de pancadas com uma camiseta branca soada e calças cargo. Pelo cabelo molhado ele já deveria estar ali já faz um tempo.

- Oi. - cumprimentei.

Adam para de socar o saco por um momento para me olhar, mas logo volta.

- Oi. - ele diz - Está procurando por Juliette? Ela está conversando com Castle.

- Na verdade eu vim falar com você. - confessei, abrindo um pequeno sorriso - Nós somos irmãos, afinal.

- Eu não me importo. - ele soca o saco de novo.

- Eu me importo.

Adam para, suspira.
Ele pega a toalha e seca a própria testa, andando até mim.

- Ok, sobre o que quer falar?

- Quero saber sobre você. Sua vida, sua cor favorita, tudo que irmãos sabem um sobre o outro. Tipo, eu já sei essas coisas sobre James e Aaron, mas eu e você não somos tão próximos e fomos praticamente criados pelo mesmo pai terrível. Você é meu irmão mais novo, quero todos os detalhes.

Adam dá um sorrisinho.

- Acho que podemos trabalhar com isso. Agora vem, vamos almoçar.

Hora do almoço.
Kenji e eu estamos sentados de um lado da mesa, Juliette, Adam e James, do outro.
Estamos aqui há meia hora já, discutindo sobre a converse de Warner. Convenientemente, Castle não contou a ninguém que também estou vendo Aaron, e me pergunto se isso causaria temor de alguma forma, suspeitar que estaríamos tramando algo juntos contra o Ponto Ômega.

A cabeça de Kenji está baixa; as sobrancelhas, franzidas; as mãos, unidas sobre a mesa. Ele não tocou na comida e não disse uma palavra desde que resumi meu encontro com Warner. Adam está tão quieto quanto ele. Todos estão com um comportamento mais solene desde a nossa recente batalha; perdemos muitos membros do Ponto Ômega.

- Então, o que vocês acham? - Juliette pergunta. - Sobre o que ele disse a respeito de Anderson?

Juliette tem cuidado para não usar mais a palavra pai, em especial na presença de James. Adam ainda não o contou sobre nada disso, e eu não tinha certeza se ele pretendia contar.

- Acham que Warner tem razão e Anderson não vai se importar com a condição dele como refém?

James se contorce no banco, com os olhos comprimidos enquanto mastiga a comida que tem na boca, olhando para nós como se quisesse memorizar tudo o que dizemos.

- Claro que é verdade. - eu respondo - Anderson é um bastardo sem coração, ele não liga para Aaron, nunca ligou.

Adam esfrega a testa.

- Isso - ele enfim diz - pode, na verdade, ter algum mérito.

Kenji franze as sobrancelhas, cruza os braços, inclina-se para frente.

- Sim. É um pouco estranho. Não recebemos nenhum recado do lado deles, e já se passaram mais de 48 horas.

- O que Castle pensa? - pergunto.

Kenji encolhe os ombros.

- Ele está estressado. Ian e Emory estavam muito mal quando os encontramos. Acho que ainda não acordaram, embora Sonya e Sara estejam trabalhando sem parar para ajudá-los. Acho que ele está com medo de não recuperar Winston e Brendan.

Bad Word [Kenji Kishimoto]Onde histórias criam vida. Descubra agora