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Capítulo: Farric

Após a chegada inesperada do irmãozinho da Paladina, eu esperava que Farric, um Dagtimerne como eu, fosse ter um pouco mais de compaixão comigo

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Após a chegada inesperada do irmãozinho da Paladina, eu esperava que Farric, um Dagtimerne como eu, fosse ter um pouco mais de compaixão comigo. Mas ele era da guarda Obsidiana...

– Deixe de moleza e se aprese com isso, Ezarel!

– O que exatamente iremos fazer com toda essa madeira, Farric? – assim que Farric me viu livre, ele já saiu me arrastando com ele para a floresta e ele me fez carregar centenas de galhos e pedaços de tronco que encontramos lá para o QG – Qual o propósito de tudo isso?

– Alguns vão se tornar equipamento de treino. Outros lenha, e outros... Depois veremos.

– Sei que você é bom com entalhes, mas não sei nada sobre o assunto. – retruquei enquanto ele separava tudo.

– Disso eu sei! – ele me estendia alguns ramos – Por isso que você vai me ajudar com aquilo que eu não costumo conseguir! Usando a sua alquimia.

– _suspiro fundo_ E o quê exatamente você quer que eu faça... – falava recebendo aquele emaranhado de galhos.

– Sempre há uma boa parte da madeira que não é possível de se aproveitar. Quero que faça toda essa madeira aí se tornar uma só! Acaso é algo difícil para o meu servo de um dia? – acabei me irritando com o comentário.

– Difícil coisa nenhuma! É bem fácil fundir madeira para criar um objeto, mas tudo depende do tipo de objeto, se a madeira é igual, e do tanto de maana necessário. – declarei, e ele abriu um sorriso tão largo que acabei me preocupando.

– Me acompanhe um momento, meu caro Ezarel.

Estou cada vez mais preocupado. Eu o acompanhei até uma sala das escadarias que eu nunca entrava, e quando ele acendeu a luz... Fiquei pasmo com a quantia de feixes de madeira igual ao que eu carregava. E alguns pareciam já estar lá há um bom tempo!

– Já pode começar a separar tudo.

– Como é que é??

– Não foi você mesmo que disse que a madeira precisa ser igual para poder ser fundida alquimicamente? Pois então Ezarel, pode começar a separar a madeira! E assim que o terminar, lhe digo em que transformar tudo isso. – _boquiaberto_ – Volto daqui duas horas para conferir o seu avanço e para lhe trazer uma agua. Essa sala é ruim de juntar umidade, por isso a pedi para guardar tudo isso. – ele me apoiou uma das mãos sobre meu ombro – Trabalhe bem "escravo". – e saiu me deixando fechado naquela sala.

(Mas será possível que não vou ter um "senhor" que pegue leve comigo??) Depositei o feixe que tinha em mãos sobre a larga mesa que havia ali, e avistei alguns cestos empilhados que decidi usar para separar aqueles ramos.

Aqueles que eu identificava facilmente, já depositava em um cesto que eu previamente nomeei de acordo ia reconhecendo cada tipo de madeira presente ali dentro. Os que eu precisava olhar com mais atenção, eu deixava em um cesto à parte para examinar depois.

Tinha analisado dois terços daquela madeira toda quando o Farric retornou com a agua que prometeu (já gastei duas horas?? E como esse serviço me deu sede!). Ele foi embora de novo dizendo que me retornava com o almoço e me deixou uma lista de itens que gostaria que eu transformasse aquela madeira toda, dentro do possível (tomara que ele me forneça a maana necessária).

Quando ele voltou outra vez, além da minha marmita, ele também trazia consigo vários potes de lascas de madeira e de serragem. Com cada pode contento um tipo de madeira já identificada (UFA!!!). Eu já tinha começado a tentar separar as madeiras que precisavam de mais atenção, enchendo os meus pobres dedinhos de farpas... Farric aproveitou para me questionar qual madeira tinha mais naquele lugar e já saiu escolhendo o que ia ser feito de cada uma.

– Me diz uma coisa Farric, como foi que você conseguiu acumular tudo isso aqui?

– Mas tu é lerdo, heim, Ezarel. Estou nessa guarda a mais de quinze anos e você me pergunta como foi que eu consegui juntar isso tudo?!

– Quinze?!? Eu pensei que fossem no máximo uns cinco!

– A maioria das missões que eu recebia era para fora do QG. E você sempre estava enfurnado naquele laboratório, não é surpresa você não ter me notado antes.

– Mas ainda assim, porque você simplesmente não entregou tudo isso aqui pra virar lenha?

– Você sabe tão bem quanto eu que nem tudo aqui serve pra isso, Ezarel. – de fato o sabia – Só metade, se muito, do que está aqui presente poderia receber função semelhante.

– Mas... O que foi que o levou a juntar tudo isso aqui?

– Minha irmã costumava aproveitar as madeiras que meu pai dispensava quando eu era mais novo... – ele soava nostálgico (xi! Mexi em uma ferida) – Aprendi a entalhar com o meu pai, e começava a aprender com ela como reaproveitar essas madeiras com alquimia, mas ela acabou morta em um ataque de black-dogs antes que eu pudesse aprender tudo...

– Lamento pela sua irmã mais velha. Foi por causa disso que você entrou para a guarda? – perguntei com uma nova farpa se enviando onde não devia, arrancando um riso dele.

– Sete anos depois, sim. Consegue terminar de separar tudo antes das três? Ou você é mole demais para isso?

– Não me desafie, Farric! – falei meio nervoso com toda aquela madeira – Estou fazendo o meu melhor aqui. E bem que você podia ter me fornecido algumas luvas para separar tudo isso! – terminei de reclamar.

– De fato, eu podia. Mas como isso é uma punição pelo o que você fez com a minha colega de guarda que por pouco não me esfaqueava o braço para que eu me afastasse dela, terá que fazê-lo sem luvas mesmo.

Acabei respirando fundo e revirando os olhos ao mesmo tempo. Farric foi embora de novo, me deixando sozinho com as madeiras (que eu só terminei cinco minutos depois dele voltar). Quando ele retornou, trazendo mais agua, um lanche e uma grande sacola, minhas mãos já ardiam por causa daquelas farpas todas.

Consumi bem dizer toda a agua depois de comer. E a sacola estava cheia de maana! Aquela madeirada toda acabou sendo transformada em: um jogo de jantar completo para seis pessoas (6 pratos, 6 pratos de sopa, 6 pratos de sobremesa, 6 cálices, 6 copos, 6 canecas, 18 suportes para talheres sendo 6 garfos, 6 facas e 6 colheres); uma jarra com capacidade de 1,5L mais ou menos; e uma bandeja de 40cmX60cm.

Eu ainda envernizei aquilo tudo após Farric desenhar as peças e prender os metais dos suportes (terminando os talheres), de modo a fazer tudo aquilo virar um verdadeiro jogo de jantar requintado. Quando consegui encontrar um relógio com a conclusão de tudo aquilo, já eram 20:40hs (de jeito nenhum que ficarei sem jantar!).

– Obrigado Ezarel. – me falava o Farric enquanto guardava tudo aquilo organizadamente em um baú de madeira com desenhos iguais aos que ele fez nas peças – Nunca que eu conseguiria fazer tudo isso sem a sua "mãozinha".

– Já posso deixar de ser seu servo e jantar, ou ainda precisa de mais alguma coisa? – perguntei já doido para largar aquela sala sufocante.

– Não... Só isso aqui já basta para mim. Procure a Lyetitsi na enfermaria depois, é sempre ela quem me ajuda a cuidar das farpas que resolvem se enviar na minha mão.

Lhe assenti em agradecimento e fui atrás da tal enfermeira. Com as minhas mãos tendo recebido o devido e merecido cuidado da Lyetitsi, fui atrás da minha janta. Tomei um merecido banho, cuidei de Taenmil e caí na cama.

(E ainda falta mais um monte de gente...)

O castigo de Ezarel  -  Interligação de "Eldarya - Uma aventura inesperada"Onde histórias criam vida. Descubra agora