A madrugada estava com sua presença costumeira, ar gelado e paisagem escura. Meus olhos estavam pesados e meu corpo bambo devido ao sono.
Lucian guiava o caminho rumo ao Palácio, enquanto eu apenas o seguia.Mesmo tendo dormido sobre o pesado casaco de Lucian, ainda sentia dores nas costas e tensões nos músculos. Espero profundamente que no palácio tenha água quente e muitas camas quentinhas. Apenas no pensar dessas coisas sinto uma alegria boba.
– Está ansiosa para ver o rei, pequena Lótus? – Lucian indagou curioso.
– Talvez um pouco... todos do reino já o viram, queria ter uma opinião formada sobre ele, o questionar e não dizer apenas que o odeio. Você o conhece?
– Nunca o vi pessoalmente, mas já ouvi histórias sobre ele. Me lembro que quando as caravanas de Rougeland vinham para esse reino, as damas brigavam para terem lugar, era engraçado.
– Não queria admitir isso Lucian, mas estou com receio, por ser uma sem magia, tenho medo do que o rei Harley pode fazer ou a atitude que terá – Lucian parou de andar me fazendo bater em suas costas, logo após se virou para mim.
– Eu vou estar lá, e naquele lugar vamos precisar ser aliados um do outro, certo? Vou te proteger como se fosse minha própria irmã.
– Está bem Lucian, eu agradeço mais uma vez.
Lucian olhou para o meu colar, parecendo um pouco confuso.
– Porque ele não acende mais?
– Ele se acostumou com sua presença, sua magia já não é mais estranha para ele.
– Que interessante, esse colar me fascinou desde quando o vi pela primeira vez. Isso significa que eu já não sou mais um perigo?.
– Para ele sim, você se tornou como alguém familiar, mas qualquer ação desconhecida que você fizer e eu estiver em perigo, o pingente irá acender.
No momento em que explicava à Lucian, vi de relance atrás de si a luz dourado caminhando na areia. De forma constante a luz daquele ser parecia embaçar minha visão e sua presença mudava o peso do clima para uma paz e alegria.
– Lucian, olhe! – apontei para a direção em que aquela Luz seguia.
Lucian por outro lado parecia não ver nada, já que não esboçou nenhuma reação.
– O que você está vendo pequena Lótus? – Lucian cruzou seus braços e ficou olhando para a paisagem desértica.
– Aquela... Luz? – Quando olhei novamente para onde a Luz estava, já havia desaparecido.
– Luz? Onde?
– Ela estava lá, mas... não está mais.
Corri em direção que aquela coisa brilhante e mística estava enquanto Lucian me seguia chamando por meu nome.
– Lucian, era aqui que estava! Eu tenho certeza.
Olhava para o chão em busca de pegadas, mas não havia nada no local, como se aquilo tivesse sido uma ilusão.
– Lótus, você dormiu mal, talvez esteja alucinando por causa do sono.
– Lucian, eu sei que não estou, não é a primeira vez que vejo aquilo é uma luz dourada magnífica. Lembra de quando me encontrou dentro do lago? – Lucian concordou – eu não estava naquele local por um acaso, aconteceu coisas estranhas além do desaparecimento do povo.
– Me conte mais sobre isso Lótus.
– Na noite anterior do acontecimento, eu saí escondida para me encontrar com minha melhor amiga na colina das pedras, ao voltar para casa alguém me fez dormir, com uma magia familiar, aquela pessoa acariciou meus cabelos – imitava cada cena para que Lucian pudesse entender melhor os acontecimentos – era como se aquele alguém me conhecesse, depois de dormir, tive um sonho estranho, onde eu tinha que matar alguém, sinceramente não gosto de pensar no sonho.
Quando acordei, já logo comecei a estranhar o silêncio, entrei em minha casa não encontrando ninguém. Para me sentir melhor, fui fazer um chá, e estando sentada no chão com a cabeça baixa, senti um bafo quente perto de mim, assustada eu olhei para frente vendo um pássaro branco e mais a frente a mesma luz que falei a você que estava vendo. Eu segui a luz, na hora eu me toquei que as vilas estavam vazias, mas a presença daquela luz era mais forte e me convidava a segui-la.
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Rei Lua
Fantasy" Existe uma verdade e um caminho verdadeiro, a sua escolha determinará a destruição ou a restauração, a liberdade ou a condenação. Em um mundo onde as pessoas seguem o que ouvem mas estão longe do conhecimento, vivendo em suas ignorâncias e falando...