Capítulo 2. novo

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Andava pelo lado de fora tentando de todas as formas ser o mais discreta possível

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Andava pelo lado de fora tentando de todas as formas ser o mais discreta possível. Meus sapatos estavam em minhas mãos pois seu contrito com as pequenas pedras faziam estalos desprovidos de sigilo. Os cascalhos eram cruéis, eles continham pedras extremamente afiadas que espetavam incansavelmente meus pés.

A sombra dos corvos nas árvores me faziam andar de uma maneira rígida, eles eram terríveis a luz do dia, mas a noite eram piores ainda. Me esgueiro por alguns arbustos secos, e alguns ramos espinhentos, alguns dos gravetos se prendiam em minha trança e a bagunçava como se fosse um ninho. Uma neblina baixa se deliciava do chão e tornava o trajeto um verdadeiro desafio.

Percebo que nas pontas dos galhos das árvores haviam fitas vermelhas amarradas, como as do cavaleiro misterioso. Minha vontade era de chegar primeiro que Emma, mas isso poderá ficar para depois. Como sempre terei de inventar uma nova historia para Emma pelo meu atraso. Sempre sou movida pela minha curiosidade, mesmo sendo tantas vezes repreendida por meu irmão por minha imprudência.

Aquelas fitas são como um caminho, sigo-as com receio mas ao mesmo tempo desejosa em saber aonde isso irá levar. Meus pés gelados e doloridos foram a causa que me levou a calçar novamente minhas botas confortáveis de couro.

Seguindo as fitas, percebi que não muito longe havia uma clareira, onde a luz da lua brilhava intensamente. Aos poucos vou me aproximando do local, e percebo que não havia mais fitas nos galhos, me escondo atrás de um tronco largo e olho para dentro da clareira.

A luz da lua brilhava em uma pequena poça com água, e ao seu lado ele estava lá, o cavaleiro misterioso com os cabelos soltos dessa vez e com uma flauta branca jogada ao seu lado. A grossa capa que usava agora estava tacada ao chão, e então consegui ver melhor as roupas que vestia, eram vestes requintadas que apenas um nobre ousaria usar.

Ele tinha diversos cestos ao seu redor todos carregados de flores de todas as cores que se podia imaginar, era a primeira vez que via tantas assim. Seu cavalo estava amarrado em uma árvore e o rapaz amassava algumas pétalas amarelas que continham um aroma adocicado.

O homem para o que estava fazendo e se apoia em suas mãos tacando assim sua cabeça para traz, seus longos cabelos roçavam o chão e então ele inspira o ar e solta uma risada.

- Sinto o cheiro de lótus, o mesmo cheiro de quando estive mais cedo no porto.

Por um momento o meu corpo não correspondia aos sinais de correr , mas eu também não podia ficar parada, ainda mais estando a noite e sem alguém para gritar. Estar no mesmo lugar que um desconhecido que possui magia é o mesmo que se entregar ao perigo.

Meu corpo forçado movia os pés para longe dali, sem olhar para o chão ou até mesmo para trás. Carregava em meu longo vestido os gravetos que estavam ao chão, o medo dolorido se instalava em meu coração, e uma tontura se apossava da consciência.

Rei LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora