Resgate♜

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RAFAELLA

O barulho de nossos saltos ecoavam pelos corredores vazios daquele galpão. Caminhei à frente, tendo Marcella e Manoela seguindo logo atrás. Um dos capangas nos acompanhava para prestar os serviços solicitado por nós. Encarei ambas as mulheres assim que paramos diante a porta grossa de metal, e elas assentiram brevemente.

- Pode abrir!- Ordenei ao Felipe.

- Sim, senhora.-

Ele se aproximou da porta, retirando o molho de chaves de seu bolso e rapidamente tratou de destranca-la. A mesma rangeu ao ser empurrada lentamente por mim.

- Pode ir dar uma volta. Chamamos você se precisar.- Falei, e ele alternou o olhar diante de nós três antes de assentir.

- Como quiser.-

Manu entrou primeiro, sendo seguida por Marcella e logo depois por mim. Minha melhor amiga estava incrivelmente bela para aquela situação, como se para ela aquele plano também fosse um ato para ser comemorado e deliciado da melhor maneira possível. Ela gesticulou com o dedo indicador em meio à penumbra do lugar, sinalizando que deveríamos fazer silencio. Assenti lentamente, e caminhei para o centro da sala. Marcella se aproximou da parede, próximo a uma caixa de controle. Logo abriu a tampa, e de forma delicada girou o interruptor, acendendo o foco de luz sobre o corpo do homem preso a uma cadeira de ferro no centro daquela sala fria.

Rodolffo

O empresário estava devidamente amarrado com as mãos para trás, tendo seus olhos vendados com um pedaço de pano preto. Talvez ele estivesse desacordado, pois seu corpo pendia para frente. Um sorriso vitorio e satisfeito nasceu em meus lábios no exato instante que tive aquela imagem a minha frente. Então caminhei lentamente, deixando que o barulho de meus saltos fossem o único efeito sonoro daquele lugar.

- Vamos acordar ele agora!- Manu exclamou.

Ela e Marcella seriam as únicas a falar naquele momento, e eu apenas assistiria ao show como uma perfeita espectadora assistia seu programa de TV favorito. Eu não poderia me dar o luxo de participar, mesmo que a vontade fosse tamanha. Então puxei uma outra cadeira, colocando de frente para a dele há alguns metros de distância, e sentei. Cruzei as pernas delicadamente, enquanto repousava a pistola sobre meu colo.

- Está na hora de acordar, querido!- Manu voltou a dizer, mas dessa vez sarcástica ao puxar os cabelos do homem. - Chegou a hora de conversar.-

Assim que as mãos de Manoela deixaram as madeixas escuras, sua cabeça pendeu para frente, ainda desacordado. Marcella me lançou um olhar intenso, então caminhou até o outro lado da sala, talvez um banheiro. Me permiti analisar o corpo do homem a frente. Ele estava lá há alguns dias, mais precisamente desde o momento que deixei a Suíça acompanhada de Gizelly.

- O infeliz está totalmente apagado.- Manoela resmungou ao dar alguns pequenos tapas no rosto do mesmo.

- Uma péssima vilã, Manu- Sussurrei, fazendo-a gesticular novamente para que eu fizesse silêncio.

Antes que eu pudesse murmurar em protesto para ela, Marcella se aproximou rapidamente, e despejou um balde com água fria sobre a cabeça de Rodolffo que despertou em desespero em meio a uma crise de tosse.

- Acorda, porra!- Ela exclamou em uma ordem severa, arrancando-me um sorriso satisfeito. - Acabou a brincadeira.-

Manu a encarou de olhos arregalados, e ela lhe lançou um pequeno beijinho no ar. Apontei para ela em seguida e assenti como quem dissesse: "Assim que tem que ser." Manu apenas meneou com a cabeça em um sinal negativo, e se aproximou de Rodolffo.

XM. Ataque Decisivo (Girafa gip)Onde histórias criam vida. Descubra agora