Xeque♟

623 75 92
                                    

O lugar era grande, mal iluminado, e totalmente afastado da cidade. Foi uma perfeita escolha para executar meu plano! Nada poderia dar errado naquele momento, e nem nos acontecimentos futuros. Tudo foi minuciosamente pensado, trabalhado, e executado, para que nada pudesse atrapalhar aquela jogada. Afinal, aquilo não era um mero jogo de sorte, mas sim, de estratégia. Só os melhores e mais fortes jogadores sobreviviam na selva desigual daquele tabuleiro chamado vida real. E eu mostraria que minha entrada naquela partida só havia um único objetivo: Ganhar.

- "Coloquem eles naquela sala!"- Ouvi a voz de Hadson gritar ao fundo (o mandante), ecoando pelo espaço extenso do galpão abandonado.

Caminhei lentamente para dentro de uma das salas, bem melhor arrumada do que as vitimas da minha pequena brincadeirinha ficariam. Ouvi os passos pesados no piso logo atrás de mim, cuidando para me servir. Segui até o centro do enorme cômodo, onde havia uma mesa com três poltronas ao redor, e um pequeno sofá de couro preto. Do lado esquerdo da sala, uma pequena bancada com uma cafeteira elétrica e garrafas de bebidas alcoólica. Creio que deva ter sido o melhor que conseguiram fazer para me trazer o mínimo de conforto durante aqueles momentos ali.

- Me desamarre!- Ordenei de forma séria.

O homem, cujo o apelido é Chumbo, agora com o rosto livre do pano preto que o cobria, assentiu rapidamente e se aproximou em questão de segundos, para finalmente desatar o nó na corda que rodeava meus pulsos. Aquela coisa estava me deixando com marcas vermelhas na pele.

- Rainha!- Murmurou Felipe, quase em tom de respeito, ao se aproximar com uma pequena maleta prateada.

Esfreguei meus dedos sobre as marcas em meus pulsos, e só então virei em sua direção. Encarei o capanga com um olhar superior, até levar minhas mãos nas travas da maleta estendida sobre suas mãos. Movi os polegares sutilmente para destravar a maleta que se abriu, dando-me uma vista perfeita do meu brinquedinho favorito. Um sorriso nasceu em meus lábios ao encarar a pistola dourada de calibre 45, que reluzia no interior daquela maleta.

- Ah, que saudade de você querida!- Falei levando uma das mãos até o objeto pesado e valioso.

Meu brinquedinho era totalmente banhado a ouro, tendo apenas alguns detalhes de cor preto no cabo, onde continha as iniciais do meu nome cravado. Felipe e Chumbo me encaravam com um olhar receoso, e logo a maleta foi fechada, e o capanga se afastou. Segurei a pistola com firmeza com uma das mãos, e com a outra deslizei a ponta de meus dedos pelos detalhes da arma. Eu me sentia tão mais poderosa com ela em mãos, como se eu ganhasse super poderes. Como se nada e nem ninguém pudesse me afetar.

Como se Rafaella Kalimann Freitas fosse a rainha mais poderosa desse mundo.

- Mal posso esperar para usar você outra vez.- Falei mais uma vez erguendo a mesma, deixando meu braço totalmente reto, sendo apoiado pela palma de minha mão na parte inferior do cabo.

Fechei um de meus olhos para conseguir mirar de forma precisa no pequeno copo repousado sobre a janela, no fundo da sala. Engatilhei a arma lentamente, ouvindo aquele pequeno barulho que fazia o sangue correr mais rápido em minhas veias. Eu sentia a adrenalina se espalhar, e aquela sensação prazerosa de poder imensurável tomar conta de mim à cada célula existente em meu corpo, causando aquele maldito frenesi.

- Essa é pra você, José Loreto.- Foram minhas palavras antes de apertar no gatilho de minha pistola.

O barulho alto do disparo, seguido pelo estouro do corpo de vidro me fez sorrir satisfeita. Olhei para os cacos de vidro no chão, e consequentemente o buraco feito na janela. Eu ainda sabia fazer aquilo perfeitamente bem.

- O que foi isso?- Perguntou um dos capangas (cujo apelido é Galina), ao entrar na sala.

- Estava apenas brincando.- Falei com um sorriso quase diabólico ao apontar a arma na direção do mesmo.

XM. Ataque Decisivo (Girafa gip)Onde histórias criam vida. Descubra agora