Confronto

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Existem trajetórias que desenrolam-se parcialmente, dando forma ao que desejamos. No entanto, essas mesmas ''vontades'' parecem distanciar-se na medida que o tempo corre. Há uma grande máxima de que, para se ter algo, é necessário dinheiro. Seria tolice discordar, jaz estabelecido que não galgaremos muito longe - na sociedade-, sem que haja condições. 

Hoje me deparei questionando-me essa vertente, não anseio uma vida baseada em levantar-me seis horas, enfrentar o trânsito, e ficar oito horas - ou mais-, realizando serviço para outros. Nessa corrida, tentei compreender os métodos que me fariam sair disso. Encontrei inúmeras pessoas vendendo seus cursos, prometendo um futuro sensacional. De antemão, bom, acreditei. 

Todavia, partindo de uma pessoa que não conhece todos os trâmites ''capitalista'', acabei esbarrando-me num muro muito maior do que eu: Tem que se pagar. Obviamente, ninguém irá ceder um conteúdo que exigiu esforço de graça. A questão é que sinto-me pressionado por todos os lados, sem uma escapatória vigente. Minha esperança é minada e olhar-me no espelho, bom, denuncia esse fracasso. 

Sempre considerei-me inteligente, alguém que pode romper as limitações. Acreditava deter um conteúdo ilimitado de informações criativas, que me possibilitaria criar histórias. Até mesmo para elas, é necessário que se invista: - Tempo e dinheiro. Não detendo as habilidades de um editor, as capas acabam sendo simplórias. Poderia dispender de um serviço que produzisse isso, mas como já citado - a condição monetária não é das melhores. 

Percebi nesse dilema, inclusive, estar apenas reclamando. Nada virá do nada e cairá em minha mão, é necessário comprometimento. Conquanto, estou em um confronto direto com meu interior. Sei o que devo fazer, mas a iniciativa acaba sendo deixada de lado. Quero riscar os céus, quebrar as amarras, sentir o vento. Entretanto, minhas asas parecem pesadas. 

O mundo está em colapso lá fora e aqui dentro, onde uma guerra acontece diariamente. Tenho que esforçar-me para não perder, batalhando mesmo que meu perispírito esteja em frangalhos. Logo, descubro a maneira correta de deixar essa torrente fluir: - Escrever. Mesmo que ninguém se interesse, que meus contos sejam dissonantes, que não atraia ninguém. Estar próximo do que amo, de alguma forma, torna-me ''livre''. 

O que sou? Não sei, mas no decorrer dessa trajetória vou descobrindo. Renovo aquilo que considero importante, oblitero o que apenas tem pesado em minha corrida. Posso não ser o mais bem sucedido, mas ainda acredito que as tentativas possam ser recompensadas. Afinal, essa é minha verdadeira guerra santa. 

Poesias de QuasarOnde histórias criam vida. Descubra agora