Madrugada perdida

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Minha presença mostrou-se insignificante, embora buscasse fazer com que fosse importante - e interessante. Ninguém procura-me para conversar e caso não corra atrás, então, a solidão mostra-se presente. 

A única pessoa pela qual sentia-me confortável conversar, por fim, afastou-se - não pôde lidar com meus sentimentos. Aparentemente, lhe causo ansiedade. Encontro-me, agora, olhando-me no espelho, um reflexo vazio - perdido em meu próprio ''personagem''. 

Sinto que meu ''eu'' detestaria essa minha versão. Deixe-me levar pelos sentimentos, iludindo-me, sorvendo do pouco que me era oferecido. Não era ruim, por isso faz falta. No entanto, era só isso, o mínimo. 

A presença desta mulher, em questão, faz uma falta enorme. Deveria me preocupar mais comigo, mas ainda pego-me pensando em tudo que ela passou. Em todos os traumas, dificuldades, noites em que pôde ter passado em claro - chorando. 

Sou um idiota incurável, pois valorizo cada traço dela - embora seja um completo estranho para ela, aparentemente. Acho que romantizei demais toda essa situação, mas não consigo deixar de me preocupar. Talvez seja porque ela passou tempo demais sozinha e queria, ao menos, tornar suas noites menos amargas. 

No entanto, agora, são minhas madrugadas que não me deixam em paz. Encontro-me escrevendo, por jamais conseguir dormir. Esse espaço reflete meu vazio, sem muita maestria, é mais como um depósito de emoções e reflexões minhas. Aqui, ao menos, poucos hão de dizer que trata-se de um drama. 

Minha mente afunda-se num pântano obscuro, não há ninguém comigo. Contudo, é mais uma daquelas fases em que deverei esforçar-me para vencer. Devo seguir até o fim, para concluir essa  difícil jornada. 

Poesias de QuasarOnde histórias criam vida. Descubra agora