Capítulo 3

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— Eu pensei que papai tivesse dito pra me emprestar um vestido bonito. — Sophie disse ao se olhar no espelho.

Usava um vestido verde água, com estampa de margaridas, manga bufante e a saia rodada, além de um decote quadrado que fazia com que a alça de seu sutiã aparecesse.

— Estou ridícula! — Reclamou novamente. — Fala sério, aquele vestido vinho ali é muito mais bonito. — Apontou para dentro do armário.

— Acontece que aquele ali eu não quero te emprestar. — Karen estava deitada na cama mexendo no celular sem prestar atenção em Sophie.

— E o azul marinho?!

— Por mim eu não te emprestava nem esse. Contente-se. — Largou o celular. — Ou então veste seus trapos, ninguém liga!

— Obrigada, Karen. — Sophie forçou um sorriso e saiu dali pisando forte.

Já em seu quarto, ela se olhou novamente no espelho e ficou pensando se realmente queria estar bonita.

Estava dividida, casar parecia loucura, ao mesmo tempo que ficar ali parecia loucura. Vivia um inferno, literalmente.

Pegou seu livro preferido e deitou na cama, tentando escapar da realidade nem que fosse um minuto.

Às duas em ponto, ela ouviu batidas na porta do quarto. Ainda vestia o vestido horroroso de Karen, mesmo sendo horrível, era melhor do que qualquer peça de roupa que tinha em seu armário.

— Comporte-se. — Foi a única coisa que seu pai disse à loira quando abriu a porta de seu quarto com cara de enterro.

Chegaram à sala e uma mulher magra, alta e elegante esperava. Tinha os cabelos curtos e lisos, num belo chanel castanho escuro e o rosto bem maquiado. Vestia um terninho grafite e tinha um belo scarpin nos pés. Aquela mulher intimidou Sophie de uma forma que ninguém tinha conseguido até agora.

— Você é Sophie? — A olhou com desprezo. — Jura?

— Algum problema?! — Cruzou os braços de cara fechada.

— Você é bem diferente do que eu imaginei pra uma noiva do Matheus. — Debochou, e isso machucou Sophie.

— Hum, você tem liberdade pra chamar o seu chefe apenas pelo primeiro nome? — Cruzou os braços, encarando a mulher que ainda a encarava com deboche.

— A senhorita tem razão. — Tentou suavizar a expressão, mas se via de longe que era falsidade. — Me perdoe os maus modos. Eu sou Clara Silva, assessora de imprensa do senhor Ferri.

— Ok, e o que quer comigo além de zombar da minha aparência? — Tinha agora as mãos na cintura.

— O casamento de vocês é no sábado, temos que preparar as coisas. — Disse fingindo certo entusiasmo. — Senhor Ferri é bastante ocupado, por isso me mandou aqui pra ver do que precisa. Saiba que na sexta a senhorita já vai dormir lá.

— Mas por quê?

— Ele manda, nós obedecemos. — Sorriu. — Quero ver suas roupas. Por favor, me diga que não são todas nesse nível. — Apontou para os trajes de Sophie.

— Não, essa aqui nem é minha. — Passou a mão no vestido, tentando ajeitar o inajeitavel. — Vamos lá, é no andar de cima, você terá uma surpresa.

Carlos deixou Sophie com Clara e se sentou na sala para ver o futebol. Nanci e as filhas tentavam espiar, mas a loira fechou a porta do quarto na cara delas.

— Minha nossa senhora! — A mulher levou a mão à boca. — Como que você vive com essas roupas?

— Bom, é que eu não sou muito de sair, então não preciso de roupas novas. — Ruborizou ao dar a desculpa. — Sempre estou aqui arrumando a casa, imagina eu fazendo faxina vestida como você?! — Debochou.

Meu Príncipe EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora