Sophia comeu bem naquela noite, como não fazia há tempos. Estava começando a achar que apesar de todas as regras malucas que Micael havia imposto a ela, aquele casamento seria bom, nem que fosse só em questão de alimentação.
Conversas sobre como foi o primeiro beijo do casal, primeiro encontro e o pedido de casamento regaram a mesa do jantar, Sophia pensava rápido e descrevia para os pais de Micael com tanta naturalidade que ele ficava assustado.
Acontece que ela sonhava com aquilo desde que entrou na adolescência, então foi simples colocar o Micael como o homem dos seus sonhos e contar a Marta e Josué o quão romântico e apaixonado o filho deles era.
O jantar acabou e eles tomaram um licor após. Agora Josué e Marta ficaram contando partes da infância de Micael, o deixando constrangido, como qualquer mãe faz com o filho.
— Adoramos conhecer você, Sophia. — Josué quem disse, ao final do bate papo. — Devo presumir que você fica aqui e que te veremos pro café? — Dessa vez ela olhou para o Micael, sem saber o que dizer.
— Fica, claro que fica. — Ela sorriu. — As suas compras já devem estar aí, no seu quarto. Amanhã eu te levo pra casa antes de ir pra empresa. Disse aos meus pais que você tem muita coisa do casamento pra acertar ainda.
— Tenho mesmo, amanhã marquei com a florista. — Inventou novamente. — Tenho que encomendar meus lírios, afinal, amo lírios!
— Excelente gosto, Sophia! — A sogra sorriu. — Bom, com licença vocês dois, hora de subir e me aprontar pra dormir. Boa noite!
— Amei conhecê-los. — Sophia disse por fim, arrancou mais um sorriso dos sogros e os viu subir as escadas. Logo se virou para Micael, com a cara fechada. — Encomende lírios pro casamento.
— Vou pedir a Clara. — Avisou e Sophia rolou os olhos.
— Será que posso ir pro meu quarto ou precisa de algo mais, senhor Borges? — Ele negou com a cabeça e ela ficou sem entender. — Não posso ir ou não precisa de nada?
— Não preciso de nada. — Ela assentiu e subiu as escadas, procurando pelo grande corredor o que seria seu quarto.
**
Na manhã seguinte, Sophia foi acordada por uma funcionária às seis da manhã. Bocejou e logo foi para o banheiro, que tinha ali dentro de seu quarto.
Fez sua higiene matinal e saiu a procura de uma roupa, que já estavam todas lavadas e passadas dentro do guarda-roupa. Optou por um conjunto de saia rosa bebê, cropped branco e um blazer também rosa bebê. Nos pés, uma de suas novas sandálias, que pagariam sua casa. O salto agulha preto reluzia com seus detalhes em strass.
Se sentou na penteadeira e estreou suas maquiagens. Estava como pinto no lixo, amando o que viria a ser sua vida.
Ajeitou o cabelo partido no meio, verificando as pontas, ficou de pé diante do espelho novamente e aprovou o visual. Saiu do quarto com um sorriso e observou quando Micael a olhou de cima a baixo, já diante da mesa de café da manhã.
— Sairemos que horas, senhor Borges? — Pulou o bom dia, já que as instruções eram para nem falar com ele.
— Quando você acabar de comer seu café da manhã. — Apontou para a bela mesa farta. — Come, eu consigo contar os ossos da sua costela.
— Posso comer qualquer coisa? — Escolheu ignorar o comentário sobre seus ossos, uma vez que estavam todos tampados pelo blazer.
— Que tipo de pergunta é essa? — Franziu a testa. — Está na mesa é pra comer, e se não estiver, você pode chamar a empregada e pedir. — Um largo sorriso se abriu em seu rosto e ele a viu encher o copo com suco e pegar um pão para passar geleia. — Vai com calma! — Prendeu uma risada ao vê-la devorar o pão e pegar uma fatia de bolo de laranja.
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Meu Príncipe Encantado
Storie d'amoreDesde muito cedo, Sophia sempre foi mal tratada pelo seu pai, sempre muito cruel, parecia sentir prazer em vê-la humilhada. Apesar de estar acostumada de que aquela seria sua vida pra sempre e que nunca teria a chance de ser amada, ela sonhava que u...