Capítulo 6

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— Você é bem grosso. — Sophie disse baixo, passando a mão direita no pulso esquerdo, que havia ficado vermelho.

— Senhor.

— Eu devo te chamar de senhor? — Cerrou os olhos, sem acreditar. — Vamos casar!

— Fachada, senhorita Alencar. — Respondeu sério.

— O senhor é gay? — Mandou na lata, e ele até reduziu a velocidade para olhar e dar risada da pergunta da mulher. — Pra querer um casamento de fachada, somente sendo gay.

— Tenho os meus motivos, mas garanto que não é esse. — Deu de ombros. — Digo, não é tão de fachada assim, transaremos quando eu quiser.

— Quando você quiser? — Cruzou os braços, um tanto contrariada. — Eu sou algum tipo de boneca inflável?

— Respeito, senhorita Alencar. Quero respeito. — Ela rolou os olhos. — Não quero conversar ou saber do seu dia, não quero que vá ao meu quarto ou ao meu escritório sem que eu a chame. Quando tiver algo a dizer, use o pronome de tratamento e nunca o meu primeiro nome. Ele é só pra pessoas íntimas.

— Sua esposa não é alguém íntimo?

— Você não, nunca será. — Disse olhando em seus olhos, enquanto estavam parados num sinal. — Eu comprei você, essa é a realidade, e eu sei que você sabe disso. Quando chegar o momento, teremos um filho.

— Coitada dessa criança. — Resmungou.

— Eu não me importo com o que você quiser fazer do seu dia. Desde que não me envolva, você terá um cartão e poderá comprar o que quiser, como já disse, não me importo. — Fez uma pausa dramática. — A única coisa que você nunca vai poder fazer por aí é arranjar um amante. Eu odeio escândalos envolvendo meu nome, não quero sair na mídia como chifrudo. Estamos entendidos?

— Sim, senhor. — Tinha a cabeça baixa, intimidada pela quantidade de regras que lhe foi dita.

— Muito bem. — Sophie reparou que estavam parados em um estacionamento subterrâneo.

— Onde vamos?!

— Dar um jeito nesse seu cabelo, suas unhas, sua cara e comprar uma roupa nova. Você não pode entrar na minha casa pra conhecer meus pais vestida como uma sem teto.

— Sim, senhor. — Foi apenas o que respondeu, antes que ganhasse mais uma sessão de humilhação em público, dessa vez na frente de desconhecidos.

Matheus a levou no mesmo shopping que Clara. Ele conhecia um salão com SPA, tinha tido uma namorada que amava aquele lugar.

Entregou Sophie na mão dos profissionais e saiu para dar uma volta, orando para que ficasse minimamente apresentável.

E demorou muito.

Quase quatro horas depois, ele já não aguentava mais esperar, estava dentro do carro, ouvindo jazz e aguardando ligação do SPA para buscar a noiva.

— Essa daí com certeza não foi a mulher que deixei aqui. — Ele disse as funcionárias.

Sophie tinha cortado o cabelo, um corte chanel que fez com que as pontas duplas e extremamente ressecadas fossem retiradas. A maquiadora havia consertado todos os defeitos aparentes no rosto de Sophie sem a deixar com um ar carregado. Um batom rosa a fazia parecer mais jovem.

As unhas estavam compridas e pintadas em tom de branco off white, dando um ar elegante. E, por último, o vestido em vinho estava bastante destacado devido seu tom de pele claro. Justo na medida certa, realça as poucas curvas que a magra menina tem.

— E não é que você é realmente bonita? — Ergueu uma sobrancelha para a mulher. — Estou surpreso.

— Senhor Ferri, podemos parar com esse lenga lenga? Não somos amigos, se lembra? — Ele assentiu, passou o cartão, e então os dois saíram do shopping. — Você teve bom gosto ao escolher esse vestido.

Meu Príncipe EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora