*Três meses depois*
Encontro-me em meio a uma imensidão escura, da qual procuro uma saída desesperadamente, porém não encontro, passado algum tempo, ouço algumas vozes, mas muito distante, não entendo o que elas dizem, nada faz sentido, mas o que aconteceu? Eu morri?
Estou em uma luta constante contra essa escuridão, tento o que parece incontáveis vezes abrir meus olhos, porém os mesmos se encontram pesados e totalmente fora do meu comando, agora ouço as vozes um pouco mais próximas a mim, e nesse mesmo instante percebo uma pequena parte se iluminar com uma luz fraca e de pouco intensidade, é como se minha mente houvesse se separado do meu corpo.
Aos poucos consigo abrir meus olhos, mesmo lentamente percebo fios ligados ao meu corpo, dos quais vem de algumas máquinas, olho ao lado e vejo uma mulher jovem vestida toda de branco, e que a mesma leva algum tempo para voltar sua atenção a mim.
"Doutor, Doutor, a paciente reagiu finalmente." - Ouço a mulher gritar, ao olhar para mim, e em seguida checar os aparelhos.
Tento falar algo, mas minha voz não dar nem ao menos algum sinal, tento levantar-me, porém sou impedida pelo homem de jaleco branco que entra no quarto.
"Vamos com calma mocinha". –Diz o homem analisando as máquinas ao meu lado. Forço-me mais na tentativa de conseguir descobrir o que aconteceu.
"O que aconteceu?" - Pergunto em meio a um sussurro.
"Não te lembras por que veio parar aqui?" –O médico me questiona.
Balanço minha cabeça de forma negativa, realmente não consigo me recordar porque vim parar aqui, minha mente se encontra em um total branco.
"Certo, você teve um choque tremendo eu entendo que isso venha a ser normal, mas logo você se recorda de tudo". –Diz-me o médico em um tom bastante sereno.
"Onde estão os meus pais?" - Pergunto na tentativa de em breve encontrar um rosto familiar.
"Bem... mais cedo ou mais tarde você vai ficar sabendo, então acho mais conveniente lhe informar tudo agora. Em primeiro você estava em coma durante exatamente três meses, e isso se ocorreu devido você ter presenciado seu pai assassinar sua mãe e em seguida ter se suicidado, depois disso tudo você foi encontrada inconsciente na rua, e após ser trazida para o Hospital você continuou em um estado estável." – Dito isso às lágrimas sucessivas percorrem ao longo do meu rosto.
Não encontro sentindo algum nas palavras que aquele homem acaba de me falar, não pode ser verdade, isso não, repito diversas vezes para mim mesma, eu não sei, mas nada disso parece ter uma lógica, mesmo sem forças alguma, por impulso levanto daquela cama na qual me mantive segundo ele por três meses, e em seguida desligo brutalmente todos aqueles fios que antes me prendiam as máquinas, o médico tenta me conter, porém não cesso , até que enfermeiros se aproximam de mim, contendo me aos poucos, em um certo momento sinto uma picada no meu braço, e quando me dou conta vejo que acabaram de injetar um líquido em mim de uma injeção.
{...}
Tento acostumar-me com a claridade que me cerca, mas ainda tudo está muito confuso, quando abro meus olhos por completo percebo que essas lembranças não foi apenas um sonho. Meus pensamentos são interrompidos pelo homem de branco que entra no quarto.
"Como você não tem mais ninguém da sua família para ficar com a sua guarda eu falei com o pessoal de um ótimo orfanato que eu conheço, e eles disseram que hoje mesmo podem te receber lá." –Diz ele.