Volta-10

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Minha mente está a dar voltas, só em pensar que não pude falar com Harry noite passada. Aliás, depois do jantar todos ficaram por mais alguns instantes, porém eu não quis agravar a situação entre mim e Harry, ficando ali, pois eu sei que Louis com certeza iria falar comigo, por isso mesmo decidi ir mais cedo para meu quarto. Mas agora já não há muito tempo para pensar nisso, hoje é sábado e ainda estou decidida a voltar a minha cidade, ela não fica muito distante daqui e se tudo ocorrer como planejei volto ainda hoje ao cair da tarde. Só o que está a me preocupar é como Júlio e Rebeca irão reagir com a minha ida, tenho medo que eles não aprovem, mas também eles não podem me impedir. Encho-me de coragem e desço para conta-los.

"Bom dia." –Digo ao entrar na cozinha e me deparar com Rebeca e Júlio.

"Bom dia querida." –Ambos falam ao mesmo tempo.

"Tenho algo que preciso contar a vocês." –Falo serena.

"Vai lá Amanda pode falar." –Júlio me encoraja.

"Hoje eu vou visitar o túmulo dos meus pais." –Falo, e de repente Júlio levanta-se e começa a caminhar de um lado para o outro, creio que essa noticia não o agradou muito, mas até então ele não diz nada, apenas parece pensar algo.

"Apenas espere que Niall acorde Amanda, ele pode levar-te até lá." –Rebeca sugere, ela parece está bem com a minha vontade ao contrário do seu marido.

"Amanda acho que não é uma boa ideia você voltar lá." –Júlio diz-me, eu estava crente que ele não estava de acordo com a minha ida, mas eu não vou mudar de ideia, isso já está decidido.

"Obrigada Rebeca mais já estou de saída, o ônibus já deve está prestes a partir. E a propósito eu preciso fazer isso sozinha." –Digo já indo em direção a sala.

"Então você vai mesmo?" –Júlio pergunta. E por que eu não iria? Não entendo sua reação.

"Sim, eu vou, preciso ir, preciso dar esse passo para seguir em frente, e saber realmente o que aconteceu. Vejo-os em breve." –Falo ao pegar uma mochila com algumas peças de roupas, para caso haja algum imprevisto que me impeça de voltar ainda hoje. Pego um táxi até a rodoviária e de lá prossigo no ônibus. Depois de cerca de duas horas e meia chego ao meu destino.

Andar por essa cidade já não é a mesma coisa, tantas lembranças me invadem nesse momento. Mas tenho que ser forte o suficiente para continuar. Aliás, foi decisão minha vir até aqui.

Quando chego ao cemitério, peço informações ao senhor que toma conta desse lugar, a fim de descobrir os túmulos da família Cretow, porém ele me diz que há apenas um tumulo, e que o mesmo se refere ao de uma mulher com esse sobrenome, minha mãe, mas e o meu pai? Por que ele não foi enterrado aqui também?

Deixo algumas flores no túmulo da minha mãe. Em seguida sigo até o necrotério onde o senhor a pouco me indicou para mim descobrir mais sobre meu pai, pois segundo ele nenhum Richard Cretow foi sepultado naquele cemitério. E o mais estranho é que no necrotério eles procuraram em toda documentação e não encontraram nem sinal da entrada do corpo dele lá.

Sai dali com minha mente perturbada, pensando na mínima hipótese do meu pai ter sobrevivido àquela noite. Mas onde ele estaria esse tempo todo? Realmente não sei, isso tudo parece uma loucura.

Já está tarde, daqui a pouco tenho que voltar, compro um lanche e decido ir até a minha antiga casa. Ao chegar deparo-me frente a frente com o lugar onde cresci e passei minha infância inteira e também o mesmo lugar que vi minha família ser destruída. Há quase seis meses que não venho aqui, porém parece que nunca sai, o jardim está repleto de folhas secas, as janelas todas fechadas, e as rosas completamente murchas, uma lágrima me escapa ao lembrar do sorriso da minha mãe ao ver todas aquelas rosas cheias de vida e perfumadas, era uma felicidade incontestável cuidar delas todos os dias, era a sua atividade favorita, ainda me pergunto como ela encontrava tempo para cultivar rosas tendo uma agenda tão lotada, sendo que ela e o meu pai eram advogados. E sonhavam para que um dia eu fosse também, seguindo assim os seus passos. Entro na casa e logo percebo que ainda há cacos de vasos quebrados pela sala e uma camada de poeira recobre todos os móveis assim como o piso. Subo as escadas e vejo que ainda há sangue na parede do corredor que leva até o meu quarto. Ao entrar no meu quarto já não suporto mais e caio em prantos. Não é possível que tanta coisa ruim aconteça de uma só vez.

Temos que dar valor o que temos, aproveitar a cada instante, porque quando perdemos é tarde demais querer voltar no tempo.

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Olá Princesas, como vocês estão? Espero que bem.

Também espero que a Fic esteja vos agradando.

Vejo-vos em breve.xx

Mary

Shadow (Harry Styles)Onde histórias criam vida. Descubra agora