Flashback 4: reivindicação

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Percy teve um sonho estranho, ele estava em uma caverna grande, várias joias e especiarias espalhadas por todo o lugar, no meio da caverna estava uma árvore gigante, pau-brasil, mas maior que a média. Percy se espantou pelo tamanho e pelas riquezas da caverna.

Ele começou a explorar o lugar, que apesar de cheio até a borda, só tinha uma " porta", que era apenas mais um buraco que provavelmente levava para a saída, assim que o garoto passou pelo buraco, suas pernas bambearam e ele quase caiu no chão de susto. Vigiando a saída estava um lagarto enorme, com sete cabeças de cachorro.

Percy tentou se virar e correr, mas suas pernas não o obedeciam, ele estava congelado no lugar, sem poder se mexer, rezando para que as cabeças não focassem nele. Suas preces foram ignoradas, pois uma cabeça começou a farejar o ar, e logo se virou, olhando diretamente para Percy com olhos vermelho sangue. Quando a cabeça latiu, Percy acordou.

Melhor, Percy foi derrubado da sua rede.

- Que merda...- Ele resmungou, esfregando a cabeça dolorida e procurando quem o empurrou da rede. A resposta foi a garota albina de ontem, Percy achava que seu nome era Anésia.

- Bom dia! Tentei te acordar no berro mas você nem reagiu.- Ela disse animadamente.- Então eu empurrei você!- Ela sorriu. Percy a olhou feio, mas ela ignorou.

- Por que você me acordou?- O moreno perguntou.

- Dã! Se não você perde o café!- Ela explicou, revirando os olhos. Percy ficou vermelho por um momento.

- Oh, obrigado.- Ele disse sem jeito.

- De boa! Agora vamos, se troca, vou te mostrar o refeitório.- Ela pegou na mão de Percy e o arrastou para fora da casa na árvore.

- Eu tenho pernas sabia?- Percy reclamou, mas ela nem prestou atenção, ainda o arrastando pelas passarelas de madeira, até que eles finalmente chegassem a escada.
Depois de descer e finalmente chagar a terra firme, a garota continuou guiando Percy ( que xingava por todo o caminho) até a grande estrutura perto da escada.

Era grande, da mesma madeira vermelha, embora houvessem remendos de madeiras diferentes aqui e ali. O teto era de folha de bananeira trançada e palha, e com certeza já havia sido refeito diversas vezes. Dentro do refeitório, mesas e cadeiras de madeira estavam espalhadas pelo lugar, Anésia o conduziu até onde Kayke estava sentado, juntos com os outros que estavam com Percy na noite passada.

- Hey Percy! Bela roupa.- Kayke zuou, apontando para o pijama que Percy ainda usava. As bochechas do mais novo ficaram vermelho brilhante.

- Eu me trocaria, mas alguém nem me deu tempo de acordar direito e já me empurrou para fora da rede.- Percy explicou, fuzilando Anésia com os olhos na última parte. A garota mostrou a língua e se sentou, Percy foi forçado a se sentar também.

Os " pratos" eram na verdade folhas de bananeira, e os copos eram aqueles que tinham em toda casa de vó, que as pessoas geralmente usam para tomar café, além de copos de requeijão.

- Tem pamonha hoje, certeza que foi ideia dos Goianos.- Kayke olhou para o outro lado do refeitório, onde uma panela fumegante e várias pamonhas estavam distribuídas em vasilha e folhas de bananeira. Percy e Anésia prontamente se levantaram e entraram na fila para pegar uma.

Demorou um pouco, mas cada um conseguiu uma pamonha quentinha de doce e um copo de suco de tamarindo para acompanhar. Percy comeu o seu em pouco tempo.

- Hoje vocês devem ser reivindicados, iremos começar o teste hoje.- Kayke disse casualmente enquanto mordia outro pedaço da sua pamonha. Anésia quase cuspiu o suco.

- Teste?! Que teste? Olha eu não sou boa em matemática, um horror, para ser sincera.- Ela disse, sua voz subindo alguns decibéis acima da média. Os novatos concordaram, mas Kayke soltou uma gargalhada alta e um pouco macabra.

- Vocês vão descobrir que tipo de teste logo, logo.- Ele explicou assim que sua risada diminuiu, olhando mais ao longe ele acrescentou.- Talvez mais cedo do que imaginam.-

Percy ficou confuso, mas antes que pudesse fazer uma pergunta uma pessoa se aproximou da mesa.

Ele era claramente o mais velho do lugar, com pele morena, cabelo todo trançado, olhos verdes olhavam para os novatos com cautela, uma pequena barba se formando na ponta do queixo.

- Esses são os não reivindicados? São menos que antes.- O cara comentou, ainda analisando os jovens. Kayke sorriu despreocupado para o mais velho.

- Então podemos logo diminuí-los ainda mais para eu poder ter um pouco de paz?- O moreno brincou, fazendo o homem sorrir um pouco.

- Novatos!- Ele gritou para nós.- Sou Mathias, filho de Polo, Deus dos ventos e mensageiro de Tupã.- Sua voz era alta e grossa.- Sigam-me.- Ele mandou, e Percy não conseguiu pensar em mais nada além de obedecer.

Mathias os guiou até o rio, o acampamento todo os acompanhando, ansiosos para saber quem é filho de quem.

- Façam fila e pulem no rio.- Mathias mandou. Percy tentou recusar, mas quando percebeu era o primeiro da fila, Anésia logo atrás dele.

- Bobeou dançou.- Ela sussurrou, e Percy ia refuta-lá, mas uma mão grande o empurrou para dentro do rio.

Ele caiu na água com um Splhash! Alto, logo sentindo a frieza da água, ela olhou em volta, vendo peixes pequenos nadando pelo rio. Espera... Ele estava respirando?!

Ele tentou uma respiração profunda, funcionou, o cérebro do garoto travou, como assim ele estava respirando em baixo d'água? Ele não notou a presença ao lado dele até que ganhou um tapa na cabeça. Um garoto bonito estava do seu lado, ele simplesmente apontou para cima, indicando para Percy voltar. Juntos, eles nadaram para cima.

As pessoas olhavam para Percy, apenas os novatos pareciam surpresos, os outros o olhavam como se perguntassem a si mesmo, outro?. Mathias deu um passo à frente e pegou o braço de Percy, o erguendo no ar.

- Temos outro filho do Boto.- Ele diz com uma cara entediada, o garoto bonito bateu no ombro de Percy.

- Bem vindo maninho.- Ele sorriu brilhantemente para Percy.

- Obrigado? Eu acho?- Ele respondeu, ainda confuso sobre seu parentesco. O garoto bonito, que agora era seu irmão, olhou bem para Percy.

- Por que você tá de pijama?- Ele questionou. Percy pode ouvir Anésia rindo enquanto saia do rio, toda encharcada e tremendo.

- Longa história.- Percy respondeu simplesmente.

- Vem, vamos buscar uma roupa para você maninho.- O garoto sorriu para o moreno.- A propósito, meu nome é Davi.-

- Perseus, mas me chama de Percy.- Ele ouviu o garoto rindo.

- Tudo bem, vamos, Percy, tenho um monte de irmãos para apresentar para você.- Ele riu, apontando para um grupo lotado de crianças de todos os tipos parados perto de uma das palafitas.

Percy respirou fundo, por que ele saiu de casa novamente? Aé, para comprar sorvete. Maldito sorvete. Ele ficaria um bom tempo sem tomar um de novo.

Percy Jackson, the brazilian demigod Onde histórias criam vida. Descubra agora