OLÍVIA POTTER [6]

18 - O Presente de Aniversário de Rony

O Orfanato sempre foi desse tamanho, Liv, foi você quem cresceu.

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— Liv. — Harry chamou.

— Quê? — Olívia falou em voz baixa.

— Você vai ter que entrar em algum momento. — Seu irmão disse.

— Vou, né?

Olívia estava parada diante do portão do Orfanato Oak Creek fazia uns dez minutos.

— Quando você quiser, pirralha. — George disse, exageradamente gentil, como estivera sendo nos últimos dois dias.

— Eu vou entrar. — Ela disse.

— Sabemos. — Jessie passou um dos braços pelos ombros dela.

— O orfanato encolheu, não encolheu? — Olívia perguntou, olhando para o prédio velho à sua frente. — Ele era maior.

— O Orfanato sempre foi desse tamanho, Liv, foi você quem cresceu. — George falou.

Ela continuou imóvel por mais algum tempo antes de falar:

— Quer saber? Vão na frente. — Olívia falou. — Eu entro daqui a pouco.

— Eu fico com ela. — Harry disse aos aurores.

Jessie e George trocaram um olhar significativo antes de entrarem. Estavam todos os quatro vestidos de preto, esperando o horário de se dirigirem ao cemitério onde aconteceria o enterro.

— Pode ir com eles. — Olívia disse a Harry.

— Eu sei.

— Não preciso que fique de babá.

— Eu sei. — Seu irmão repetiu. — Sou invisível, finge que eu nem estou aqui.

Ela encarou a porta do frente por mais vários minutos antes de decidir dar a volta no terreno e ir para o jardim, que estava exatamente igual a quando Olívia era criança: mal-cuidado e feio. O banco onde ela costumava se sentar para escrever seu diário estava ocupado por outra pessoa. Uma menina loira.

— Você conhece? — Harry perguntou.

Olívia concordou com a cabeça. Nem em um milhão de anos esqueceria a aparência da pessoa a quem mais odiara quando criança. O engraçado era que Olívia não pensava em Vívian fazia tanto tempo que... agora que se lembrava que ela existia, percebia que sua raiva pela garota já tinha passado completamente há muitos anos.

Com isso em mente, foi até ela e se sentou no banco ao seu lado.

— Acho que é a primeira vez na vida em que fico feliz por te ver. — Olívia rompeu o silêncio.

Vívian ergueu o olhar para ela. Quando a reconheceu, Olívia registrou seu choque.

— Olívia.

— Oi. — A garota cumprimentou-a, séria.

Para sua surpresa, um leve sorriso surgiu no rosto de sua inimiga de infância.

— Você voltou.

— Voltei. — Olívia olhava ao redor, desconfortável. Era incrível como, mesmo depois de crescida, estar ali a fazia se sentir completamente deslocada, como se aquele lugar tivesse a capacidade de fazê-la voltar a ser criança. — Acho que o bom filho à casa torna. Mas também acho que não dá para me chamar de "bom filho".

— Acho que não. — Vívian olhava para ela como se não acreditasse que a garota estava realmente ali. — Madame Carmella te transformou em lenda urbana depois que você foi embora. Sabe, "se você não comer tudo, Olívia vai puxar seu pé à noite", esse tipo de coisa.