OLÍVIA POTTER [6]

7 - O Novo Lar de Sirius Black

Bom, ninguém nunca ocupou um lugar num livro de história por só tomar decisões sensatas

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Olívia Potter passava por situações de quase morte com uma frequência assustadoramente alta.

Marcel Legrand sabia disso e, ainda assim, não estava exatamente pronto para abrir o Profeta Diário no dia seguinte ao fim do quinto ano letivo em Hogwarts, e ler a seguinte matéria:

OS IRMÃOS POTTER SÃO ENCURRALADOS POR COMENSAIS DA MORTE DURANTE A MADRUGADA E ENCONTRAM-SE DESAPARECIDOS.

Os olhos dele pularam para a foto dos destroços de uma casa. A casa onde Olívia devia morar e que agora estava em cinzas.

Desaparecidos.

Enquanto levantava da cama aos tropeços, a única coisa em que conseguia pensar para evitar surtar era que "Desaparecidos" ao menos não significava "mortos".

Vestiu a primeira coisa que achou no armário, lendo fragmentos da matéria enquanto isso.

"A explosão aconteceu entre as três e três e meia da manhã, segundo relatos de vizinhos trouxas."

"Nenhum corpo foi encontrado entre os destroços."

"Na casa, se encontravam os aurores George King e Jessica King, além de Clarice King, sua filha de apenas dois anos de idade e, por fim, Harry Potter e Olívia Potter, recém-chegados de Hogwarts, após o fim do seu quinto ano."

Tinha esquecido que Olívia tinha uma irmã de dois anos. Crianças pequenas não podiam aparatar acompanhadas, nem usar chaves de portal e, até onde ele sabia, a lareira da casa de Olívia tinha sido bloqueada para evitar visitar indesejadas de Comensais da Morte. Como diabos eles conseguiram sair dali a tempo?

— Meu senhor Marcel, bom dia! — Uma vozinha alegre interrompeu-o.

Marcel se assustou, baixando o jornal para encarar a elfa doméstica enrugada que olhava para ele com um sorriso no rosto. Cal era elfa doméstica da sua família e provavelmente a única elfa em toda a Grã-Bretanha que usava vestes cor-de-rosa.

— Cal veio perguntar se o meu senhor Marcel gostaria que Cal trouxesse o café da manhã. — Os olhos gigantes dela assumiram um ar desconfiado de repente. — Por que o meu senhor está vestido assim?

Marcel percebeu que, na tentativa de ler enquanto se vestia, acabara vestindo calças moletom com uma camisa xadrez, formando uma combinação particularmente bizarra. Nem sabia para o que estava se vestindo. Não tinha para onde ir. Mas então olhou para Cal novamente, e uma ideia iluminou sua mente.

— Cal, pode me levar para a casa do Josh?

O olhar desconfiado dela se acentuou.

— Cal pode, é claro, mas o meu senhor nem tomou café. — Ela cruzou os bracinhos finos, contrariada.