𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐇𝐘𝐔𝐍𝐉𝐈𝐍. hwang hyunjin

O2.

O aroma da carne assando na panela invade a casa, enquanto diferentes temperos dão um sabor mais apimentado. Enquanto isso, eu me encarreguei de temperar o arroz já cozido e meu pai desfia alguns legumes, como cenoura e pepino.

Sempre que podíamos, reuníamos na cozinha e nós preparávamos que nos apetecia. Somos fãs de gastronomia, gostamos de explorar novas receitas e fazer os clássicos, também gostamos de ir a um restaurante próximo e provar os pratos para aumentar nossa lista de lugares favoritos para comer.

— Filha, a carne. — Meu pai avisou, vou até o fogão para abaixar o fogo da panela. A carne estava quase pronta, só mais alguns minutos e poderia retirá-la do fogo.

Mais tarde, tirei a esteira para montar os rolinhos de kimbap, e levo os ingredientes que preciso para o recheio. Era minha parte favorita de cozinhar essa comida, porque envolvia um processo de montagem tão específico que eu pratico há vários anos.

Meu pai aproveita para tirar a carne da panela, para deixar junto com os outros alimentos que havíamos preparado. Era tanto que até duvidamos se conseguiríamos comer tudo aquilo entre três pessoas. Afinal, eram apenas eu, meu pai e Seungmin, já que a minha mãe estava fora, visitando sua irmã.

— Já voltei! — Seungmin exclama do corredor, assustando eu e meu pai. — E eu não estou aqui sozinho.

Não demora muito para ele ir até a cozinha, mostrando quem é a pessoa que o acompanha. Quase tenho um ataque cardíaco quando vejo Hyunjin, sorrindo de orelha a orelha enquanto nos cumprimenta.

— Eu sei que é um pouco repentino, mas podemos adicionar Hyunjin ao jantar? — Seungmin pergunta, olhando para mim interrogativamente. Eu franzi a testa, incapaz de acreditar que meu irmão trouxe seu amigo aqui de propósito.

— Claro, quanto mais, melhor. — Diz o mais velho de todos.

A verdade é que Hyunjin era muito querido por nós, não só por Seungmin, mas também por meus pais. Pode-se dizer que ele era ainda mais um filho da família. Esse tipo de situação, em que ele chegava inesperadamente e participava de algum momento em família, era comum, mas ninguém desgostava dele.

Exceto eu. Não é que eu não gostasse da presença de Hyunjin, pelo contrário, eu adorava ficar com ele, mas devido a minha falta de confiança, não me sentia confortável na presença dele. Cada vez que eu tentava falar com ele, meus nervos me dominavam e eu acabava em silêncio durante todo o jantar.

No entanto, tudo estava pronto. E agora Hyunjin e Seungmin estavam arrumando a mesa, enquanto eu e meu pai terminávamos de cozinhar.

Quando terminei de montar os rolinhos, cortei-os em pedacinhos e tratei de empratá-los, acrescentando sementes de gergelim por cima. Meu pai me disse para ir e deixá-los na mesa, junto com o arroz que sobrou. Eu obedeci, querendo morrer no momento em que chegasse à sala de jantar.

Hyunjin estava de pé ao lado da mesa, contando os pauzinhos para deixar dois cada. E enquanto ele fazia isso, ele estava cantarolando uma música. Quase gritei de emoção ao reconhecer a música, já que era a mesma que eu havia recomendado na carta três dias atrás.

Então ele realmente prestou atenção no que escrevi? Deus, era tão bom saber disso. Me senti tão feliz que esqueci completamente o quanto eu odiava jantar com Hyunjin.

[...]

As risadas não faltam na mesa, porque meu pai adora brincar comigo e Seungmin e com Hyunjin. Gosta de fazer com que todos se divertissem ao jantar e isso transparecia na forma fluida com que se envolvia.

Eu continuo a comer os poucos pedaços restantes de Kimbap, enquanto ouço as conversas que os outros estão tendo. A comida é saborosa e quero apreciá-la, mas também posso usá-la como desculpa para não entrar na conversa.

— A propósito, Sr. Kim e Seeun, o jantar estava muito bom, muito obrigado por me deixar comer aqui. — Hyunjin diz de repente, focando seu olhar em mim.

Consumida pelo nervosismo, eu apenas balanço a cabeça com um sorriso, sem saber como responder a isso. E como os agradecimentos não se dirigem apenas a mim, espero no fundo da minha alma que seja o meu pai a responder.

— É sempre um prazer ter você aqui, Hyunjin, você é da nossa família.

— Sim, ele é como meu segundo irmão, porém, malvado. — Seungmin brinca, despenteando o cabelo de seu amigo.

Eu tenho uma resposta perfeita, mas tenho medo de dizê-la e ninguém rir, especialmente Hyunjin. Muito tímida, se eu apenas tivesse um pouco de confiança com ele, eu poderia ter uma conversa calma com minha família.

— Não, a irmã do mal é você, não é, Seeun? — Diz Hyunjin. Fico surpresa ao ouvir meu nome vindo do garoto que eu gosto, então fico em branco por alguns segundos, antes de pensar em uma resposta.

— Definitivamente, Seungmin pode ser um verdadeiro ogro quando se trata dele. — No final de sua frase, os três homens presentes riem, fazendo-a rir também.

Quando meu pai começa uma nova anedota, todos voltam a prestar atenção nele. No entanto, eu mantenho o olhar em minhas mãos, ainda um pouco nervosa ao lembrar do momento em que troquei palavras com Hyunjin.

Finalmente, olho para cima, vendo primeiro meu pai e depois Hwang, que está sentado à minha frente. Ao fazer isso, meus olhos se encontram e ambos tentamos desviá-lo rapidamente.

Porra, eu realmente odeio jantares com Hyunjin.