Sobole - Mercadora Angélica Valky

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O ano é 466 pós cisão, Angélica Valky tinha 13 anos quando os médicos lhe deram a notícia, ela era diferente de todas as pessoas

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O ano é 466 pós cisão, Angélica Valky tinha 13 anos quando os médicos lhe deram a notícia, ela era diferente de todas as pessoas... Angélica era a mulher oca.

Vidja era uma "cidade utópica" no reino do fogo, uma liga entre os intelectuais da época do mundo todo decidiram transformar ela  num centro tecnológico, um exemplo para o mundo: A engenharia da capital ao norte, a alquimia dos pântanos ao oeste e a avançada medicina do leste seria ligada numa cidade bem ao centro, um polo econômico e industrial... Entretanto de utópico não havia absolutamente nada.

A medicina tinha princípios eugenistas onde determinadas famílias eram forçadas a serem esterilizadas enquanto outras eram forçadas a reproduzir, a engenharia era usada na criação de armas e a alquimia tornava o ar da cidade tóxico gerando terríveis mutações, pessoas que envelheciam três vezes mais rápido ou que nasciam com várias mãos, mas na incapacidade de compreender o fenômeno, muitos médicos acreditavam que a cidade estava apenas evoluindo.

Esta história é a história de Angélica, uma criança mutante, ela nasceu com uma doença desconhecida onde seus ossos quebravam com extrema facilidade, seu sonho era ser uma mercadora, mas esta doença simplesmente tornava impossível... Os ossos de Angélica eram ocos, completamente ocos, eram como ossos de pássaros, vazios e por isso ela pesava apenas menos de 26kg, quando criança era chamada de "magrela" e diziam que o vento um dia a levaria... Eles não sabiam da ironia de dizer isto.

Naquele ano, Angélica aprendia sua primeira habilidade como diácono da igreja... Mas também seria o ano que ela perderia tudo.

Quando a noite chegou os lampiões e líquidos bioluminescentes iluminavam a cidade, gerando uma luz que alcançava um longo espaço para fora da cidade, ver os shibitos acabava se tornando uma atração na cidade, as crianças se reuniam para jogar pedras nos mortos e ver "quem acerta mais longe", mas naquela noite as planícies estavam vazias, como uma praia antes da tsunami, Angélica e sua amiga mais velha, Shelly (15 anos), observavam a escuridão de uma bancada no 6° andar em um prédio.

Angélica: _Eu não vejo nenhum Shibito hoje.
Shelly: _Estão com medo de você!
Angélica: _Será que estão ali? (ela aponta para onde a luz não alcança)
Shelly: _Provavelmente, espera tem um jeito de saber!
Angélica: _Como?
Shelly: _Para ajudar mercadores eles estão criando uma espécie de lanterna gigante usando espelhos, fica bem ali. (ela aponta para a torre mais alta da cidade)
Angélica: _Mas aquele lugar é fechado.
Shelly: _Só para quem tem medo de portas, vamos!

Elas foram, haviam guardas no prédio, mas elas simplesmente os ignoraram entrando escondidas, Shelly sabia abrir portas de forma rápida e silenciosa, elas subiram no último andar e lá estava o "farol", como seria chamado este objeto usado para ajudar mercadores a andarem no escuro, capaz de iluminar toda a noite... Elas imediatamente ligaram a máquina colocando fogo em uma pequena lanterna que usava espelhos para ampliar aquela luz de tal forma que alcançava quilômetros.

Sobole da CisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora