Devia Ser Como Qualquer Outro Dia - Parte I

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Leah retorna para casa animada, estava quase na hora de seu filho retornar da escola e teria de preparar algo para o garoto comer. Cozinhar nunca fora um de seus maiores dotes, mas, depois que virou mãe, teve de aprender a fazer uma coisa ou outra para não matar o menino de fome...

A quileute entra na casa e estranha a mochila lançada sobre o sofá, por que Harry já estava em casa? Ela se dirige até a cozinha, surpreendendo-se com a pequena bagunça feita ali e, sem pensar muito, dirige-se para o quarto do filho, que ainda dormia profundamente.

― Harry - chama, acariciando-lhe a cabeça -, por que voltou cedo? Aconteceu algo?

― Não, mãe - resmunga ainda sonolento. - Não aconteceu nada, fiquei apenas com dor de cabeça depois da prova e decidi voltar.

― E aquela sujeira na cozinha? - pergunta desconfiada.

― Estava com muita fome e fiz um lanche.

― Está bem, continue a dormir!

Leah retorna para a cozinha com seus instintos dizendo-lhe que havia algo acontecendo. A sujeira na mesa indicava que muita coisa fora utilizada naquele lanche, o saquinho rasgado sobre a pia denunciava que dois litros de suco foram feitos, mas o jarro vazio mostrava que não restara nada dele... Harry ainda era um humano, não poderia comer tanto e nem beber dois litros de suco sozinho, numa única refeição. Aquilo só poderia indicar uma coisa!

― Céus, ele está se transformando. - Passa as mãos pelos cabelos.

Uma leve onda de tensão se apodera de seu corpo ao lembrar-se do que teria de fazer para que a mudança fosse concluída: provocá-lo. Essa era a única forma que conhecia para induzir uma transformação e, se não o fizesse, a mudança correria o risco de acontecer fora de La Push, onde, com certeza, as pessoas não estariam preparadas para ver aquele tipo de animal.

Ela não podia ficar ali, parada, e nem sequer conseguia tal feito, precisava correr e contatar Lucian o quanto antes, para que juntos pudessem resolver o que fazer. A quileute corre ao encontro do marido e, quando o encontra, puxa-o pelo braço até um lugar mais reservado.

― Visita surpresa! - Sorri. - Precisa de algo?

― Preciso de uma solução - desabafa sem muita alegria. - Harry está se transformando.

― Como sabe disso?

― Ele voltou da escola mais cedo, comeu bem mais do que de costume... E quando eu digo "bem mais", quero dizer "muito, muito mais". Eu sabia que esse dia chegaria, mas agora estou com medo!

― Os Filhos da Lua só se transformam quando a lua cheia aparece, não há nenhum tipo de sinal antes disso... Então, são os genes quileutes que o estão transformando. - Pensa. - Nosso filho é um metamorfo, isso é incrível. - Pensa mais um pouco. - Como os quileutes lidam com isso?

― Sempre que um garoto demonstrava ser um de nós, Sam o provocava até que sua forma lupina se manifestasse, para que o novato pudesse ser ensinado e a transformação não viesse a ocorrer em um local público - confessa com pesar.

― Não me parece tão difícil, por que está com medo?

― Cada garoto tinha uma reação diferente depois de transformado, uns adoravam a novidade, mas outros odiaram Sam durante muito tempo, culpando-o por tê-los transformado... Harry não quer se transformar.

― Eu faço isso - sussurra Lucian a abraçando, entendendo perfeitamente o que ela queria dizer.

― E se ele...

― Eu corro esse risco! - A interrompe. - Prefiro que ele odeie a mim, do que a você.

― Lucian, não é só isso que me perturba...

Leah 2Onde histórias criam vida. Descubra agora