Genes Quileutes

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― Onde ele está? – pergunta Lucian na manhã seguinte, dando pela falta do filho.

― Saiu cedo, antes mesmo que eu pudesse vê-lo, será que ele está bem?

― Relaxe e confie em mim, Leah – Beija a testa da esposa. – Apenas confie em mim!

Lucian ergue o rosto da quileute com o polegar e encara seus olhos com intensidade. Ele precisava fazer algo a respeito, "matar e morrer por ela" esse era o seu lema e não poderia desapontá-la, ainda mais agora, com um assunto que não precisaria envolver mortes. Uma leve aproximação e logo os seus lábios dançavam num ritmo apaixonado.

― Tem alguém chegando – pensa Leah no meio do beijo, tentando se concentrar em seus sentidos –, acho que é o Sam.

― Sério? Que droga – retruca Lucian, cessando o beijo e se concentrando na mente do quileute. – Ele quer falar sobre Harry.

Era assim que o casal supria as deficiências do cherokee. Ele não podia farejar, nem tampouco ouvir como um lobo, mas Leah o fazia em seu lugar e passava seus recados de maneira telepática, fazendo parecer que nada havia de errado com ele... O casal se dirige para fora da casa, onde encontram líder quileute a espera, para uma longa conversa.

Bem longe dali estava Harry, que deixará a casa logo cedo e, desde então, ficou a dirigir sem rumo pelas ruas de Forks, faltando propositalmente à escola. Depois de muito tempo dirigindo, ele estaciona em frente a um mercado e adentra o estabelecimento a procura de algo que pudesse fazê-lo se sentir melhor.

Harry para em frente às bebidas alcoólicas, mas logo desiste de levá-las, pois sabia que não lhe venderiam algo assim a menos que pudesse provar ser maior de idade.

― Nada aqui serve! – esbraveja.

Uma movimentação estranha começa a se fazer na porta do mercado e, quando ele se aproximou, surpreendeu-se ao ver que um homem forçava um encontro com a balconista. Até que ponto um ser humano precisaria se rebaixar, a ponto de ser considerado um superbabaca? Harry não sabia a resposta correta, mas identificava que aquele indivíduo certamente estava em algum lugar da escala de "babacas". E, diante disso, uma estranha necessidade ajudá-la floresce em seu interior, fazendo-o lembrar das histórias de sua mãe, sobre os protetores de La Push e o quanto eles eram disposto a ajudar o seu povo.

― Droga, isso não vai prestar! – Apanha um refrigerante qualquer e caminha até o balcão. – Com licença, se você não é um cliente pare de obstruir o caminho.

O homem se afasta por um momento, mantendo os olhos fixos na pobre atendente, que já não sabia o que fazer para se livrar dele e sentia-se bastante coagida. Harry paga sua pequena compra e recebe seu troco, observando atentamente as mãos trêmulas e o rosto receoso da mulher.

Malditos genes lupinos, àquela briga nem sequer era dele e, agora, estava sentindo vontade de ajudar aquela pessoa tão vulnerável.

Harry debruça sobre o balcão, aproximando seu rosto da atendente a fim de que só ela o escutasse. E, entendo que ele pretendia sussurrar-lhe algo, ela se aproximou timidamente.

― Uma mulher tão bonita e tão trabalhadora não merece tremer por causa de um cretino, não concorda?

Ela apenas assente com a cabeça, incitando o furor do homem que os observava.

― Ei você, fique longe da minha garota – ameaça ele.

― Chame a polícia – sussurra por fim, virando-se para o seu novo desafiante e assumindo um tom de deboche: – não me lembro de vê-la aceitar seu pedido para sair, então, tecnicamente, ela ainda está disponível!

Leah 2Onde histórias criam vida. Descubra agora