O Veneno Lupino

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Quatro dias se passaram desde o turbulento dia da morte de Carlos e da estranha aproximação de Renesmee. Carlos fora dado como foragido pela polícia e estava sendo "procurado" por todo o estado, Lyssa mudara-se para uma casa menor, sentindo apenas o alívio por ter escapado com vida, adquirindo assim a sua liberdade. Elena voltara a morar com a mãe, sendo buscada praticamente todos os dias por Harry, para ia a escola.

No território Cullen, pairavam ares de desconfiança desde a visita inesperada de Nessie à reserva, e a súbita conversa com o garoto Clearwater. Bella parecia enxergar uma animação fora do normal nos olhos da filha – coisa que Edward reparara desde antes de voltar para Forks –, mas Renesmee era astuta e, sempre que o pai estava por perto, mantinha seus pensamentos mais preciosos em completo sigilo, deixando a família e o próprio Jacob na escuridão, totalmente ignorantes quanto as suas motivações.

Ainda nestes dias, explodira a notícia de que Sam deixaria o bando, pois, com a volta de Jacob, ele decidira viver seus dias pacificamente ao lado de Emily, envelhecendo e se dedicando somente a ela. Nicolas, por sua vez, não gostara da revelação, não conseguindo enxergar em Jacob um referencial de liderança.

― Pare com isso, Nicolas – disse Leah logo depois da notícia se espalhar. – Jake é o alfa agora e ele precisa de sua ajuda no bando. O filho de Sam Uley sempre será um lobo importante na matilha.

― Não posso fazer isso, Dona Leah! – explicou-se ele. – Sei que estou sendo orgulhoso, mas algo dentro de mim diz que não faço mais parte desse bando. É estranho, mas sinto como se pertencesse a outro lugar, a outra matilha... Só não sei qual.

Apesar de jovem, Nicolas tinha plena certeza do que dizia e parecia não haver lobo naquela matilha, capaz de convencê-lo a mudar de ideia, e, se as coisas continuassem daquela forma, Leah temia que o jovem Uley viesse a se tornar um desgarrado...

Na residência dos Clearwater os dias correram de forma tranquila. O pesadelo com os caçadores finalmente havia terminado e o casal pôde finalmente se sentir em paz.

― Tive um sonho estranho essa noite – diz Harry certa manhã.

― Que sonho? – pergunta Leah curiosa.

― Sonhei que era lua cheia e eu estava transformado.

― Não vejo nada de anormal nisso – confessa Lucian, entre uma mordida e outra de sua torrada.

― Eu estava transformado, mas tinha total consciência das coisas que fazia no sonho. Andei pela floresta sentindo que precisava encontrar alguma coisa e de repente Elena aparece. – Pausa, tomando outro gole de seu café. – Senti minha fera se alegrar dentro de mim, sua agitação era tão grande que tive de lutar para manter o controle...

― E o que aconteceu? – incentiva o cherokee, achando aquilo bastante estranho.

― Eu perdi! Fui aprisionado dentro de mim mesmo, como se meu lado irracional estivesse no comando, mas podendo ver tudo através de seus olhos. Pude sentir a alegria de vê-la misturar-se com a necessidade de tê-la, e, no fim, eu a mordi.

― Isso é um mau sinal. Harry, sua fera parece gostar da ideia de transformá-la e, como faz parte de você, acabou manifestando seu desejo em sonho.

― O que isso quer dizer exatamente? – questiona Leah.

― Quer dizer que ele pode tentar transformá-la durante a lua cheia, durante o período em que está no controle, e isso pode ser letal. A mordida na forma lupina é grande e forte demais para um humano. Acredito que Elena não resistiria a isso...

― Existe solução? – pergunta Harry.

― Precisa mordê-la o quanto antes, isso deixou de ser uma opção. Você tem duas semanas até a lua cheia.

Leah 2Onde histórias criam vida. Descubra agora