Sonhos que Desmoronam

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― Eu não sabia que elas estavam lá, Sam – explica Lucian, depois que o susto com Harry havia passado. – Não senti cheiro algum, realmente achei que estava sozinho. Se tivesse percebido a presença delas, com certeza teria lido suas mentes e descoberto seus planos.

― Como puderam inibir o próprio cheiro? Elas são apenas humanas...

― Elas são caçadoras – sussurra. – Caçadoras de lobisomens.

― Isso explica muita coisa! – suspira Sam. – Se forem experientes, com certeza encontraram algo para camuflar-se ao ambiente e enganar o olfato de suas presas.

― Quando segurei em sua mão – diz o cherokee, lembrando o momento em que mirou a besta de Elena para o seu próprio peito –, sua pele estava viscosa... Com certeza passaram algo no corpo para causar este efeito.

― Droga! – esbraveja o quileute. – Jacob chegará com Carlisle e não gostará de ter tantas novidades para assimilar.

― Jake está voltando? – pergunta Leah.

― Sim. Bella e Edward querem rever Charlie, Nessie virá junto e ele seguirá seu imprinting.

Mais alguns assuntos foram conversados a respeito de seus novos inimigos, assim como do retorno de velhos amigos, e, na manhã seguinte, Lucian saiu cedo para buscar a transferência do Harry. Contudo, se o cherokee soubesse da desventura que aconteceria naquela manhã, certamente não teria saído de La Push...

― Bom dia, Dona Leah – começa Nicolas timidamente. – Harry está? Preciso muito falar com ele.

― Está sim – responde com semblante desconfiado –, vou chamá-lo.

Leah entra na residência sem ao menos convidá-lo para entrar e Nicolas não se atrevera a tal ato, percebendo que sua presença não era tão querida quanto fora na infância.

― O que você quer? – diz Harry com pouco humor.

― Preciso conversar com você, sem piadas, eu prometo!

Harry analisa o rosto do Uley por alguns segundos, vendo seu semblante sério e decidindo dar-lhe uma oportunidade, um pequeno voto de confiança. Nicolas se afasta alguns metros da casa para conseguir certa privacidade e o mestiço o segue, pacientemente.

― Me desculpe pelo que lhe disse ontem, falei sem pensar...

― E espere que eu acredite? – rebate, cruzando os braços.

― Eu juro, Harry, saiu sem querer! Sei muito bem o quanto toda esta situação é delicada... – Suspira. – Meu pai me repreendeu ontem e desde então não falou mais comigo. Ele está desapontado.

Nicolas desvia o olhar, fazendo Harry perceber rapidamente o que se passava em seu interior.

― Dói, não é? – pergunta o mestiço, fazendo Nicolas ficar confuso. – Achar que ele não o ama mais. Foi isso o que senti quando meu pai se recuperou da mordida. Isso dói.

― Sim – concorda. – Eu quero mudar, Harry, quero me tornar alguém mais maduro. Alguém que meu pai possa se orgulhar e, para isso, preciso que me desculpe.

― Eu o perdoo, mas em troca terá de vir comigo para a floresta! – propõe, fazendo os olhos de Nicolas se arregalarem.

― Não! – nega prontamente. – Não acho uma boa ideia e se você surtar? – pergunta, se referindo às crises do imprinting de Harry.

― Você estará comigo, o que poderia sair errado? Vamos, como nos velhos tempos.

― Velhos tempos? Quer que eu o largue na floresta de novo? – pergunta irônico.

Leah 2Onde histórias criam vida. Descubra agora