𝖓𝖎𝖓𝖊

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O som da grama que se amassava aos pés da mulher e sua respiração ofegante eram as únicas coisas audíveis no local

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O som da grama que se amassava aos pés da mulher e sua respiração ofegante eram as únicas coisas audíveis no local. Sua calça marrom, camisa social branca e colete preto se encontrava manchados e suados, seu pés descalços estavam muito feridos, ao ponto do rastro de sangue permanecer nas pequenas plantas que ficavam para trás.

Os passos gigantes que a perseguiam pareciam deixá-la mais determinada a correr mais e mais, o suor permitia que seu cabelo colasse em seu rosto junto aos pequenos grãos de areia que vinham com o vento. Por cima do ombro, a mulher pôde ver um titã de cinco metro ainda a perseguindo, seus olhos tão dourados quanto seus longos cabelos se molham e as lágrimas começam a cair descontroladamente. De longe podia ver a grande muralha que tanto ouvirá falar, não podia acreditar que morreia tão perto de seu objetivo.

Uma dor aguda consome seu pé e a mulher sente seu corpo falhar e despencar sobre o chão duro, sua mão vira seu pé e a visão horrenda de um pedra presa em uma de suas feridas faz a ânsia se fazer presente, lágrimas ainda caíam de seus olhos borrando sua visão e lhe falta ar quando o borrão gigante contra a luz alaranjada do Sol se aproximou. Com as últimas forças que lhe restavam, a loura se tentou se arrastar para longe, mas já era tarde, a grande mão já teria pego seu corpo cansado.

Os soluços misturados com lamentações não paravam de voar da boca da bela mulher, seus olhos estavam inchados e sangue pingava se seus pés enquanto tentava se contorcer. Os gritos que antes ecoavam por ali já haviam cessado e a mulher já tinha aceitado sua trágica morte.

De repente, todos os seus arrependimentos vieram à tona, ela se arrependia de ter fugido do paraíso, ela se arrependia de ter treinando por toda a sua vida, ela se arrependia por ter traído o seu povo, mas, infelizmente, arrependimentos e antigos desejos não tirariam a pobre donzela dalí, ela não possuía força alguma para tentar escapar. Suas pálpebras se prensam uma contra as outras, apenas esperando seu corpo se partir ao meio na boca de um gigante.

Um som agudo e trêmulo se mistura com o choro da mulher e ela sente seu corpo cair, quando consegue sentir a se aproximação do chão, ela é pega nos braços de alguém, um de seus olhos se abrem e a visão de um homem jovem se apresenta, ele possuía pele bronzeada, olhos azuis e cabelos curtos, picotados e negros. Mais atrás, percebe o corpo caído do titã coberto de fumaça, só entao percebeu que estava voando como um pássaro nos braços de um homem bonito. O desespero bate quando ela percebe sua situação, seu corpo, que ela acreditava não ter forças, começa a se mexer tentando sair do aperto do desconhecido, um grunhido sai de sua boca ao receber uma leve pancada no topo de sua cabeça.

- Idiota, para de se mexer, nós vamos cair! - pela primeira vez ela escuta sua voz, era grossa e levemente rouca, parecia irritada, fazia jus ao seu semblante indiferente e raivoso. O vento que batia em seu rosto cessa e a mulher percebe que ambos já estavam no chão, suas mãos empurram o peito do homem enquanto tenta retirar as pernas de cima do seu antebraço, mas ele apenas estala a língua e a puxa para mais perto - Seus pés estão machucados, não estão? Então deixe comigo, se você tentar "ajudar" só vai atrapalhar.

🌊       ━━   𝐓𝐇𝐄 𝑾𝑨𝑳𝑳𝑺 𝐎𝐅 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝑯𝑬𝑨𝑹𝑻Onde histórias criam vida. Descubra agora