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Deixo Jessy em casa e vou em direção a delegacia, preocupada que ainda haja coisas que ainda compliquem a situação do Phil. Não o encontro na delegacia, ouço de um dos policiais que ele saiu algumas horas atrás e ainda não voltou. Decido ligar pra ele, pego o celular e digito o número.

— Alan? Eu vim na delegacia mas me disseram que você saiu... Eu precisava conversar com você. Em casa? Hum... Claro... Eu te encontro aí... Hum, ok, ok, sei mais ou menos onde é, devo chegar em alguns minutos.

Desligo o celular e fico perdida. Ir até a casa do Alan não estava nos planos, o que me deixa nervosa. Não ter tudo sob controle me deixa sempre a beira de um surto, então sei que preciso me acalmar. Que motivos ele teria pra me chamar até sua casa? Talvez ele tenha ido pra casa mais cedo e não quer voltar até a delegacia, então é mais comodo pra ele que eu o encontre, sim, deve ser só isso. Vou caminhando devagar, esperando que meu coração desacelere e minha cabeça esfrie. Encontro a casa e é claramente a casa de um homem solteiro, a fachada simples e sem personalidade, nenhuma planta a vista. Bato na porta e Alan a abre em seguida.

— boa noite, MC, entre — ele abre passagem.

— boa noite, Alan.

Passo por ele e me vejo na sala, tão sem personalidade quanto o resto. As paredes exibem alguns quadros, todos dele com outros policiais, um deles o mostra recebendo o posto de delegado da cidade, datada de sete anos atrás, a foto poderia ter sido tirada ontem, pois ele não mudou nada nesse tempo. Algumas prateleiras estão ocupadas por pilhas de livros, a maioria de direito, alguns livros sobre criminologia e o resto histórias de mistério e suspense. Uma tv está localizada na parede, bem em frente ao sofá cama. Um vídeo game e um controle são as únicas coisas na prateleira abaixo da tv. Na mesinha de centro está o segundo controle e um pacote de salgadinhos.

— pode se sentar. Desculpe tê-la chamado aqui, eu estava um pouco... Bem, distraído — ele percebe que estou olhando as coisas.

— você estava jogando ao invés de combater o crime em Duskwood, delegado? — o encaro, rindo.

— bem, fofocar sobre a vida alheia não é exatamente um crime — ele ri junto.

— faz sentido agora só o Phil estar preso e a Sra. Sully não.

— imagino que você veio falar dele, estou certo? — ele se senta no sofá — sente-se, fique a vontade.

— obrigada — me sento, mantendo alguma distância, um pouco nervosa — visitei o Phil, como você deve imaginar.

— certo, e o que a traz aqui?

— uma parte deve ter sido preso foi por conta do depoimento do Dan?

— hum, o Sr. Anderson? Sim, as suspeitas dele me fizeram colocar o Hawkins na prisão, de forma preventiva. O carro foi analisado e os freios estavam em boas condições. Eu não deveria falar com você sobre as investigações, mas já não ligo mais — ele suspira, irritado — a caixa de fósforos do Aurora nos levou a pensar que talvez o Hawkins tivesse algum envolvimento na morte da Sra. Lewis e o corpo ter sido achado no mesmo local do memorial da Jennifer, bem... Você imagina a situação...

— hum, as suspeitas da Amy ter sido assassinada, um caso de dez anos sem vestígios de um assassino, mas então surge uma possível prova e um nome, o do Phil. Vocês não vêem saída e o levam pra prisão, de modo preventivo, mas agora você sabe que ele é inocente, uma vez que não matou nem a Amy, nem a Jennifer e nem o Michael. Interessante — o observo — com todas essas informações, a carta é o suficiente pra provar o ponto que faltava?

— conversei com os outros hoje de manhã, você está certa, o caso do Michael era o último que faltava, agora temos uma ideia do que aconteceu. Sabemos que o Phillip não foi responsável por nenhum dos casos, então não temos motivos pra mantê-lo sob custódia.

Perseguindo Fantasmas - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora