tolices

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Era madrugada
E eu perguntei-lhe;
Eu faria falta?
Como uma casca que mesmo
Ultrapassada se encaixa,
Com validade ainda marcada?

Faria falta; como um fantasma
Andando de madrugada,
por uma casa
Que não é sua?

Faria a falta que a falta faz
Ou uma saudade que por si só se satisfaz?

Perguntei-lhe então, tolamente;
Faríamos, de fato, falta?
Na imensidão da coragem sem causa,
Ou mesmo na covardia
De uma multidão de razões?
Nós desejaríamos desaparecer
Metaforicamente, se não houvesse uma única direção
Ou trocaríamos desnecessariamente
O lado da calçada?
O que seria um fim
Se lhe falta uma razão?

A madrugada gelou;
Sonolento,
O vazio adormeceu,
E o amanhecer
Amorteceria o que faltou.

p͟r͟o͟c͟u͟r͟a͟-͟s͟e͟Onde histórias criam vida. Descubra agora