Capítulo 89

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Uma aura lupina pode se tornar incrívelmente aterradora de acordo com o nível de raiva em que um alfa lúpus, ou ómega lúpus, se encontra. As presas encontravam-se completamente sujas de sangue, o gosto ferroso provocava sensações estranhas pela primeira vez ao lúpus, e como tal queria lavar a boca e o focinho.

Contudo, Sohui o puxava com demasiada força e ambição, levando a que o alfa grunhisse cada vez que a pata enorme ia de encontro ao solo. Os galhos de pequenas dimensões infiltravam-se na ferida causando uma dor ainda maior. Era suportável para Minho, tinha que ser, afinal cada vez que inspirava o ar e o aroma de baunilha lhe preenchia o peito, Lee recordava das poucas e perigosas falas de Han Sohui.

A ómega estava disposta a matar o filho, assim como aconteceu com o primeiro filhote do antigo casal. Sohui o matou a sangue frio, sem remorsos ou preocupações. O pequeno filhote alfa foi queimado vivo, foi morto enquanto ainda respirava...

A mulher parecia perdida no caminho, sem rumo, ou não sabia que trilha seguir. O lobo sentou-se nas patas traseiras aliviando um pouco o padecimento da sua pata dianteira. Sohui reclamou sobre o ferimento e Minho quis soltar risos irónicos, todavia contêve o seu humor e analisou todas as ações da ómega. Desde o coçar da ferida, até ao quanto parecia sangrar do peito encharcando o penso improvisado.

Como conseguiste matar o teu próprio filho? — indagou ríspido, mantendo o timbre lupino sempre presente, já as íris escarlates brilhavam em ansiedade, claro que não deixando tal facto em evidência. — Queimado enquanto estava vivo, sabes o quão repugnante essa ação foi? Já para não comentar sobre a venda do meu ómega a um leilão!

— Cada um tem os seus motivos, Lee. Por mais pequenos que sejam, todos têm os seus motivos para certas ações, e ninguém entende se as explicar-mos. Ou cogitam na possibilidade de eu ser doida, ou então disformam tudo o que eu faço. — comentou rindo sarcásticamente. Lembrando-se de velhas memórias, Sohui sequer se apercebeu que a um raio de quatro metros, San deslocava-se pelas copas das árvores tentando passar despercebido até chegar perto do lobo preto.

O seu objetivo era evidente. San tentaria alcançar Sohui para a nocautear, se não fosse por Wooyoung que o puxou para trás, colocando a dupla atrás de um arbusto grande o suficiente para esconder os dois corpos.

— W-wooyoung! — advertiu baixo levantando um terço da sua cabeça, dando de caras com as orbes escarlates do lobo em si. Acenou brevemente e sentiu a raiva do alfa ao longe. Choi engoliu em seco e se agaixou novamente, analisando o beta ao seu lado que portava uma arma longa e bela. — Por que me interrompeste? Estava quase a chegar lá.

— Esse não é o plano do Know! Caralho! Ias arruinar tudo! — murmurou irado fazendo o alfa revirar os olhos. - O chefe foi claro, nada de interrupções alheias!

— Ele está a correr riscos!! Pode morrer nas mãos dela, Wooyoung! — contra-argumentou exasperado. Na verdade, San era o único que entendia os potenciais riscos, a força lupina que Sohui desejava naquele momento. — Ela quer criar uma guerra entre dois lúpus!! Lúpus, Jung! Porra, vê se acordas! Se dois lúpus se enfrentam somente um sairá vivo, ou nenhum!!

— Han Duri não respeitou as minhas decisões, nem mesmo quando eu criei a EO. Sabes o que ele disse a respeito? — murmurou abrindo um pedaço das suas vestes verificando o ferimento, choramingou e levantou o cenho ao não obter uma resposta do lúpus. — Que eu era louca por criar uma droga potente, então ele acabou por ser uma das minhas cobaias!

Suponho que o Jisung também tenha feito parte dessas "cobaias". — lambeu a para ferida tentando estancar o sangue que ainda escorria, retirou com as presas alguns galhos de maior dimensão, uma vez que os pequenos necessitavam de uma atenção maior e algo que os retirasse inteiramente.

In The Middle Of The Night I • Minsung ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora