IX.

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- Seth Clearwater -

AO RETORNAR PARA CASA, deparei-me com uma agitação ainda maior dentro da reserva. Era possível ouvir Embry, Paul e Quil discutindo entre as árvores.

"Embry, eles são vampiros!" resmungou Paul. "Seth vai adoecer se estiver longe da Fria..." lamentava Quil em seus pensamentos.

A preocupação de todos ao meu redor, suas lamentações e os problemas que criavam por minha causa eram inquietantes. Sinceramente, eu gostaria que tudo isso chegasse ao fim.

"Maldita seja..." rosnou Paul, deixando-me aflito.
Ouvir Paul mencionando Emma me enfurecia. Em circunstâncias normais, eu não daria importância a isso, afinal, deveríamos ser inimigos, certo?

No entanto, agora que Emma faz parte de mim, é impossível não sentir o desejo de confrontá-lo.

"Não importa se a recém-criada é uma vampira ou não", disse Embry.

"Seth precisa dela para sobreviver, e não há nada que possamos fazer, Paul."

Ele estava absolutamente certo. Enquanto a discussão continuava, eu me mantinha à distância, observando e esperando

"Por favor, Seth, saia de trás desta árvore. Sabemos que você está aí!" Embry declarou com firmeza. Meu coração disparou, e sem pensar duas vezes, corri para longe.

A aflição me dominava; eu não estava preparado para uma conversa civilizada. Não queria causar mais problemas para mim ou para eles. A floresta me envolveu, e eu me afastei, buscando refúgio na escuridão das árvores.

...

— Pelos deuses, Seth! - Minha mãe me repreendeu. — Onde você estava?

Eu permaneci em silêncio, apenas me dirigi ao quarto, me atirando na cama logo depois. O relógio já marcava mais de onze horas da noite e, francamente, eu já não me preocupava mais comigo mesmo.

Seu sorriso, seu humor ácido, seus olhos cor de vinho e suas mãos gélidas não saíam da minha mente. Eu não conseguia deixar de pensar em como seus cabelos entrelaçados combinavam com sua pele alva, tudo nela era como um sonho... Ou talvez um pesadelo.

— Seth, por favor! Abra a porta, você necessita se
alimentar. - Minha mãe golpeou a porta, eu podia perceber Leah junto com ela.

— Pelo menos tente querido...Eu preparei sua refeição predileta.

Eu me sentia tão culpado por isso.

— Eu não desejo sair, por favor me deixem só! - Retruquei um pouco rude, me sentindo amargurado por essa atitude, mas era impraticável me nutrir sabendo que eu poderia ser impedido de vê-la outra vez.

— Vamos Seth, seja forte!. - Falou Leah, como se fosse algo tão simples. — Me deixem tranquilo, eu prometo comer um pouco mais tarde.

Eu escutei seus passos se afastando da porta devagar e fechei os olhos, tentando afastar as lembranças dela. Mas era inútil, elas voltavam com mais força, me atormentando.

Eu podia ouvir sua voz suave, sussurrando em meu ouvido, podia sentir seu perfume doce, envolvendo-me em seu abraço, ver seu rosto delicado, iluminado pela lua...Eu sabia que era errado, que era perigoso, que era impossível. Mas eu não conseguia resistir, eu não conseguia me afastar, eu não conseguia me controlar.

Old Money ~ Seth Clearwater. Onde histórias criam vida. Descubra agora