Old Money ~ Seth Clearwater.

III.

- Emma Cullen -

EU ESTAVA CADA VEZ MAIS SATISFEITA com a minha convivência com os Cullen. Era uma sensação inusitada, de me sentir parte de uma família, de ter pessoas que se importavam comigo e que me acolhiam em seu lar. Estava começando a criar laços com eles, a conhecer suas histórias e personalidades, a compartilhar seus hábitos e valores.

Hoje era o dia em que iríamos visitar o limite territorial e as normas de convivência entre a tribo quileute. Essa era uma das condições impostas pelos Cullen para me aceitarem em sua família, eles tinham um acordo de paz com os quileutes, que eram metamorfos capazes de se transformar em lobos gigantes.

Eu me lembrava de ter avistado alguns deles na batalha contra o exército de Victoria, eles eram ferozes e imponentes, com seus pelos escuros e seus olhos negros.
— Pronta para conhecer o canil? - Perguntou Emmett sorridente.
— Emmett! - Bella ameaçou um sorriso, repreendendo-o.

Emmett e Jasper soltavam risadas, enquanto eu os observava atentamente.
— Eles são tão ruins assim? - Perguntei receosa.
— Espere até sentir o cheiro! - Alice respondeu com seus olhinhos brilhantes.

Seguimos em direção à floresta, onde a fronteira estava demarcada. Eu podia sentir o cheiro dos lobos, um odor forte e selvagem, que me causava uma certa repulsa, mas também uma certa curiosidade, podia ouvir os seus uivos, um som que me arrepiava, mas também me fascinava.

— Emma, espere! - Ouvi Carlisle gritar.
— Não passe dessa árvore.

Parei imediatamente, obedecendo à ordem de Carlisle. Eu não queria desrespeitar a fronteira, nem provocar uma confusão com os lobos. Eu olhei para a árvore que ele havia indicado, e vi que ela tinha uma marca vermelha em seu tronco. Era o sinal que delimitava o território dos quileutes, o limite que os vampiros não podiam ultrapassar.

— E eles sabem que estamos aqui? - Perguntei, nervosa.
— Sim, eles sabem. - Respondeu Carlisle, calmamente. — Eles podem nos sentir, assim como nós podemos sentir eles. Eles estão nos esperando, do outro lado da fronteira.

— E eles vão ser amigáveis? - Perguntei, receosa.
— Eles vão ser respeitosos.

Eu escutei um ruído e logo vi alguns lobos emergindo da floresta, eram grandes e peludos, com cores que variavam do preto ao marrom. Eles se aproximaram da fronteira, mas não a ultrapassaram e nos encararam com olhares desconfiados, mas não hostis.

Mas havia um deles. Um deles que me causava algo diferente, algo inexplicável. Era um lobo de pelagem marrom-claro, com olhos castanhos e expressivos. Ele me fitava com uma intensidade que me fazia estremecer, como se ele pudesse ver a minha alma.

Eu senti uma vontade irresistível de cruzar a fronteira, movida pela curiosidade sobre aquele lobo. Ele me atraía de uma forma que eu não conseguia explicar, nem resistir.
— Quem é aquele?