XII.

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O SOL SE ERGUIA NO HORIZONTE pintando o céu com tons de laranja e rosa. A luz matinal infiltrava-se pelas árvores da densa floresta, criando padrões dourados no chão coberto de folhas.

À medida que o sol ascendia majestosamente no firmamento, os representantes da tribo Quileute e da família Cullen reuniram-se na opulenta residência dos últimos. A tensão entre os grupos era palpável, como uma linha invisível demarcando a divisão entre eles.

— Onde está o cão? - Perguntou Rosalie.
— Eu sabia que vocês não eram confiáveis! - Leah rebateu, seus dentes rangiam e suas unhas cravavam as próprias mãos.

A atmosfera tornou-se carregada, e a iminência de um confronto era perceptível, evidenciada pela tensão crescente entre as partes envolvidas.

— Rosalie, por favor! Não queremos uma discussão.

Dr. Carlisle Cullen, com sua postura imperturbável, assumiu a liderança das negociações, sua calma contrastando com a seriedade do encontro.

— Vamos direto ao ponto - Disse ele, olhando para Sam. — O tratado precisa ser reavaliado, Emma não representa uma ameaça.

Sam rosnou, mas Jacob o interrompeu:
— E o que ganhamos com isso? - Sua voz era áspera, carregada de desconfiança.

Alice se adiantou, seus olhos dourados fixos em Sam: — Oferecemos nossa palavra de que não violaremos o acordo. Não queremos guerra.

...

EM OUTRO LUGAR, Emma entregava-se à leitura de um livro com serenidade, alheia ao fato de que, a uma curta distância, sua família debatia seu destino. Encontrava-se recostada entre as folhas desidratadas de um trecho da floresta, situado longe da mansão Cullen.

Subitamente, seu olfato sensível captou um cheiro familiar.  A fragrância intensa de açúcar e canela preencheu suas narinas e seu mortiço coração pulsou. Era ele... Seth Clearwater.

— Sei que está aí, Seth! - exclamou ela, com um sorriso.
— Vamos, apareça...

Um estrondo surdo e profundo reverberou entre as árvores, capturando a atenção de Emma. Ela ergueu o olhar das páginas do livro e seu campo de visão foi preenchido pela figura imponente do lobo. Ele estava ali, majestoso e tranquilo, com seus olhos penetrantes fixados nela. 

A presença do lobo era tão marcante que parecia que o próprio tempo havia desacelerado, permitindo que aquele momento se estendesse e que cada detalhe fosse gravado na memória de Emma.

— Olá, Seth. - Disse ela.

Com passos cautelosos e uma expressão serena, ela avançou em direção ao lobo. Sem demonstrar hesitação, suas mãos encontraram as orelhas afiladas do animal, acariciando-as com delicadeza. Ao seu lado, Seth acomodou-se confortavelmente sobre o solo fresco da floresta, fechando os olhos para melhor apreciar o gesto afetuoso.
De repente, ela congelou e uma voz suave, porém firme, cortou o silêncio da clareira:

— Espere! Não se mexa.
Seth, surpreso pelo comando inesperado, abriu os olhos rapidamente, sua atenção agora totalmente voltada para ela.

Com movimentos graciosos e precisos, Emma buscou em sua mochila robusta, que repousava ao lado de uma árvore centenária, um caderno de capa desgastada.

Ela o abriu cuidadosamente e, com um lápis já curto pelo uso constante, começou a esboçar rabiscos que, pouco a pouco, tomavam a forma de imagens que capturavam a essência tranquila da cena diante dela.

Ela contemplou a figura diante de si e, com um sorriso genuíno adornando seus lábios, exclamou em tom de apreço:

— Você é um modelo excepcional. - Seth, percebendo o elogio, agitou suas orelhas pontiagudas em um gesto que denotava satisfação.

O movimento suave das orelhas criou uma brisa leve, que parecia dançar ao redor deles, adicionando um toque de vivacidade à atmosfera já pacífica da floresta.

— Tcharam! - exclamou ela, indicando a ilustração com entusiasmo.

Diante deles, estendia-se uma paisagem meticulosamente desenhada, onde árvores altas e robustas erguiam-se majestosamente, criando um dossel que filtrava raios de luz solar, conferindo um aspecto quase etéreo ao cenário.

No centro da composição, destacava-se a figura de um lobo, retratado com tal destreza que parecia prestes a saltar do papel. 

A representação do animal capturava sua essência selvagem e ao mesmo tempo a nobreza de sua postura, transmitindo uma sensação de força tranquila que emanava de sua presença silenciosa na floresta.

— Espero que tenha gostado. - Seth Balançou as orelhas novamente.

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Old Money ~ Seth Clearwater. Onde histórias criam vida. Descubra agora