Old Money ~ Seth Clearwater.

VI.

- Emma Cullen -

O SOM TORNAVA-SE CADA VEZ MAIS INTENSO, vozes, passos e gritos ecoavam pelo hall de entrada da imponente mansão Cullen.

— Eu sei o que fazem aqui, não quebre o tratado Leah... - ouvi a voz, questionando-me sobre quem seria Leah.

A curiosidade me envolvia, as discussões se intensificavam. Eu precisava testemunhar o que estava acontecendo. Desci as escadas lentamente, consciente do odor característico dos lobisomens da tribo.

— Você não sabe nada disso! - A voz feroz de um homem ressoou. Era jovial, e imaginei que pertencesse a Jacob, o rapaz por quem Bella havia rejeitado para ficar com Edward. Alice havia me contado toda a história nos últimos dias.

À medida que me aproximava, o caos se ampliava. Apoiei-me na janela, observando os membros da tribo Quileute discutindo do lado de fora. Edward, Bella, Rosalie e Alice trocavam olhares preocupados.

A percepção de que aquela discussão estava relacionada a mim impeliu-me a destravar a fechadura que segurava a imensa janela de vidro. Com cautela, evitei abri-la demasiadamente para não chamar atenção.

— Leah, Jake! Por favor, vamos embora. - Havia um garoto. Um garoto de cabelos médios, ombros estruturados e um rosto jovial, era belo, imponente e não parecia ter muito mais que minha idade.

Seus olhos suplicantes despertaram em mim uma sensação familiar. Por um breve instante, desejei correr até ele, perguntar seu nome e permanecer ao seu lado. Era como se uma conexão estranha, mais forte que meus instintos, nos unisse.

— Não se meta Seth, isso não se trata mais sobre você.

Inadvertidamente, minha mão encostou-se ao vidro da janela, produzindo um leve ruído. Nossos olhares se encontraram. Foi quando descobrir que eram os mesmos olhos caninos pela qual eu havia encarado na fronteira. Seth era seu nome e certamente combinava com sua aparência.

O garoto me fitou por alguns instantes, como se pudesse ver a minha alma, deixando-me um pouco envergonhada. Eu podia escutar sua respiração, seu coração pulsante e seu cheiro não era desagradável como o dos outros, pelo contrário. Era doce como canela e açúcar.

— O que está acontecendo? - Pude observar Carlisle de relance. Ele vestia uma blusa preta golada e um cachecol cinza e em suas mãos haviam alguns papéis. Ele também parecia-me desentendido.

— Aquela sangue-suga! E-ela...Seth...Argh! - Disse a garota, acredito que seja Leah.

Embora eu não compreendesse completamente o que se desenrolava, estava ciente de que a inexplicável conexão que sentia com o garoto quileute estava intensamente ligada àquela situação.

— Vamos nos acalmar, por favor. - Disse Carlisle.
— Entrem.

— Nós não vamos entrar! Agora dê um jeito naquela garota, ou eu mesma darei. - Ditou a mulher. 

— Você sabe que a culpa não é dela, Leah. - Alice se intrometeu brevemente.
— Não importa! Eu não quero que Seth esteja atrelado a um bando de sugadores de sangue.

Eu me senti culpada ao ver Seth me encarar entristecido, ele parecia desnorteado.
— Eu sinto muito. - Sussurrei na esperança de que ele me ouvisse, deixando o local.