capítulo três

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Finalmente depois de quase dois meses João Vicente tinha conseguido resolver todos os problemas causados pelo incêndio em sua empresa. Chegou a pensar que teria que dispensar seus funcionários e fechar, pois teve que reformar e readequar todo o prédio e com isso foi uma boa parte do caixa da firma, a sua sorte é que decidiu deixar o dinheiro relacionados aos pagamentos não precisou ser mexida e pode manter todos os salários em dia.

E nós últimos dias só ia em casa para dormir e ver Pastor que quase o matava quando pulava em seu peito quando chegava.

Ainda era cedo e estava protelando em sair da cama, pois apesar de ficar somente resolvendo assuntos administrativos, ainda gostava de acompanhar o processo criativo por trás de cada nova ideia, além de fazer sugestões a seus clientes que se adequavam melhor ao negócio e marca que queria criar porque sinceramente, alguns iam até ele com as piores ideias possíveis.

Assim que ia colocar os pés para fora da cama, escutou um alvoroço na porta de sua casa. Nem deu tempo de tomar de roupa pois as vozes ficavam cada vez mais altas e Pastor resolveu se juntar a confusão e latia o mais alto que conseguia.

Assim que chegou ao portão mal pode acreditar no que estava vendo.

Violeta discutia bravamente com os seguranças que faziam a guarda da rua.

- Entenda senhora, houve reclamações de vizinhos que não gostaram de ver um caminhão de mudanças, já que ninguém está se mudando... Disse um dos seguranças.

- E por um acaso acha que EU vou roubar alguma coisa!? Com mais oportunidade que eu tive, limpando esse bando de casa brega! Por favor né?

O segurança revirou os olhos.

- E que tipo de ladra eu seria, dirigindo um caminhão desse tamanho - apontou para o veículo -  Seis e meia da manhã com risco de todo mundo me ver? Com esse roupa? Sou mais inteligente que isso... Tô até ofendida!

João Vicente não podia acreditar no que estava vendo. E de repente Violeta olhou para o portão, arregalando os olhos e em seguida franzindo o cenho e ofegou chocada.

- Foi o senhor, senhor Veloso que me denunciou?

- O quê? Perguntou sem saber o porquê da fúria de Violeta ter se virando para ele.

- Vou te dizer hein? Estou cercada de algozes e mentirosos! Pensei que o senhor fosse melhor que isso...

E continuou com um discussão que para ele não tinha nenhum sentido.

- Chega senhora - interrompendo o monólogo de Violeta - vou chamar a polícia...

- Polícia? Pra quê polícia? Não roubei nada, tudo que tá nesse caminhão é meu e tem coisa que nem acabei de pagar ainda... Minha geladeira...

Cansado da discussão inútil resolveu interromper.

- Não precisa chamar ninguém e os senhores podem ir que eu resolvo com ela...

E como num passei de mágica a confusão terminou.

- Tranque o caminhão Violeta e entre por favor.

Ela o obedeceu e trancou o veículo acionando o alarme. E já dentro da casa:

- Agora pode me explicar o que estava acontecendo? Mal acordei e me deparo com esse confusão.

- Não era minha intensão, se soubesse que iria implicar com o caminhão na sua porta, tinha deixado na rua de trás...

- Eu não chamei os seguranças...

- Não? - o interrompendo - Quem foi então? Já limpei quase todas essas casas...

- Já parou para pensar que pode realmente ser muito suspeito um caminhão parado na rua sem nenhum motivo aparente?

- Nem passou pela minha cabeça, a única coisa que pensei é que poderiam ter a decência de darem as caras né? Que bandido ia esperar dar sete horas pra limpar casa? Se bem que com a mixaria que pagam...

- Foco Violeta! Não me lembro de ser dia de faxina...

Ela revirou os olhos.

- O senhor hein? Esqueceu que hoje é quinta-feira?

E com isso o deixou para trás indo pegar o material de limpeza para começar o dia. Por mais que tentasse não conseguia lembrar os dias de faxina certos. Mas não deu tanta importância, tinha que sair em meia hora.

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Quando voltou para casa, a primeira coisa que notou foi o bendito caminhão, o que significa que Violeta ainda estava em sua casa. Assim que entrou foi direto para o banho, não gostava de interromper o trabalho de ninguém. Logo em seguida foi para a cozinha. E sem querer pegou o final de uma discussão... De novo.

- ... Mais isso é um absurdo! Dois mil reais um quarto com banheiro! O senhor devia ter vergonha viu? Um barraco num fim de mundo custando esse dinheiro todo?

Ela ouviu a resposta.

- Pois fique o senhor sabendo que já morei em lugar pior! E não é por isso que eu vou me rebaixar não! Passar bem!

Desligou o telefone e pela primeira vez viu Violeta com a expressão triste. E a escutou murmurar baixo:

- E agora o que eu faço? Não posso continuar morando dentro de um caminhão alugado... - Suspirou - Bom é melhor eu ir embora antes que o senhor Veloso chegue...

E assim que se virou deu de cara com o mesmo.

- Oi! Já estou indo embora.

Ela estava constrangida e desviou os olhos que estavam brilhando de lágrimas não derramadas. E com uma ideia louca na mente e falta de jeito ele disse:

- Escutei sua conversa sem querer... Está sem casa? Ela assentiu.

-  Sim, é uma longa história... Mas devo ir, não quero ser presa, já abusei da sorte hoje com esse caminhão.

- Espere! Tem ao menos aonde ficar? Perguntou mesmo sabendo a resposta.

- Ainda não mais eu dou um jeito , não é a primeira vez que isso acontece e nem será a última, só preciso de tempo pra achar um lugar descente que não custe um rim...

- Não quero ser intrometido, sei que e capaz de resolver seus problemas. Mas está ficando tarde e não será capaz de encontrar nada descente agora... - Respirou fundo, o que iria fazer era uma loucura, mas não poderia deixar que ela saísse sem rumo de sua casa - Deve ter reparado que tem uma casinha nos fundos, que não sei exatamente a sua função já que ela tem uma entrada independente e não faz parte do padrão das outras casas e por algum motivo deixei como estava apenas reformando o básico para não destoar do restante da casa... Se quiser até pode ficar lá até encontrar um lugar legal...

Violeta não estava acreditando no que ouvia.

Notas

Olás! Mais um capítulo! Espero que tenham gostado !

Sem revisão.








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