capítulo cinco

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As pessoas sempre ficavam curiosas sobre o seu nome não achava nada demais, mas gostava de responder essa pergunta. Com um sorriso respondeu:

- Era a flor favorita da minha mãe, ela amava qualquer tipo... Mas a Violeta era a que mais amava e de várias cores.

- Você disse era... Ela faleceu a muito tempo?

Antes de responder, Violeta deu um suspiro.

- Sim, a exatos trinta e três anos. Ela faleceu no meu parto, mais um pouco e eu não estaria aqui também. Segundo meu pai foi muito difícil e por mais que a equipe médica tenha tentado...

- Desculpe... Não quiz tocar em um assunto tão delicado.

- Não tem problema, sei que minha mãe me amou até o último minuto. E tive muito amor do meu pai também, ele era o melhor! Fui uma surpresa sabe? Eles já tinham três filhos e mais de vinte e cinco anos de casados, não estavam esperando mais um.

- É muita diferença entre os irmãos...

- Sim o mais velho tinha vinte e seis, a do meio vinte e três e a mais nova dezoito.

João Vicente notou a falta de emoção de Violeta ao mencionar seus irmãos. Mas ela continuou falando:

- Eles não lidaram bem com a morte da mamãe e por consequência me culparam...

Ele ficou chocado.

- Não faz sentido ficarem com raiva de você era um bebê.

- Hoje eu sei disso. Mas carreguei a culpa da morte por muito tempo sabe? Até hoje é difícil mas foi uma escolha dela.

- Você disse que seus irmãos a culpam...

- Pois é. Sempre que possível jogavam na minha cara que não era para estar viva, faziam da minha vida um inferno!

Fechando os olhos, Violeta pareceu entrar em um mundo a parte, onde memórias ruins se misturavam as boas.

- E seu pai? João a tirou de suas lembranças.

- Papai era maravilhoso! Esteve presente o quanto pode. Brigava feio quando viam os outros se desfazendo de mim e depois de tanta confusão eles aprenderam a agir por trás e não demonstravam a aversão que tinham na frente dele. Ele me chamava de "minha flor".

- Apelido bonito.

Ele não sabia ao certo o que dizer. Uma pergunta simples acabou tendo mais peso do que pensava. E só de pensar que Violeta foi maltratada por seus irmãos por algo que não era de seu controle o deixava irritado. E esse sentimento o confundia, nunca sentiu raiva e necessidade de proteger alguém, ainda mais alguém que mal conhecia.
Porém, nas vezes em que encontrou Violeta ( exceto a primeira vez) uma familiaridade ( por falta de palavra melhor) o tomava.

Mal pensava nela nos últimos meses mas quanto estava em sua frente, ela era a única em seus pensamentos. E sinceramente estava assustado com a rapidez de seus sentimentos perto dela.

- Era sim! Ele me ensinou tudo o que sei, mesmo com os problemas da idade avançada, passávamos horas e mais horas conversando! Também era ótimo em contar histórias, se faço Arquitetura é por causa dele, uma forma honrar sua memória. Ele fazia os melhores desenhos de casinhas de boneca e castelos de princesa, com as melhores decorações... Era o sonho dele ser arquiteto, mas infelizmente não pode realizar.

- Tenho certeza que ele teria orgulho de você. Só de estar correndo atrás de tudo que deseja e conseguindo...

- Verdade! Uma pena ele não poder ir na formatura e na festa, seria perfeito! Infelizmente nem tudo é do jeito que desejamos.

E então, você chegou...Onde histórias criam vida. Descubra agora